O Departamento de Eficiência Governamental (Doge), liderado por Elon Musk, revelou nesta segunda-feira (17) que cerca de US$ 4,7 trilhões em pagamentos do governo federal dos Estados Unidos não possuem rastreabilidade adequada. A ausência da chave financeira Treasury Access Symbol (TAS) torna “praticamente impossível” fiscalizar o destino das verbas públicas.
O TAS, utilizado para vincular pagamentos do Tesouro a itens específicos do orçamento, foi tratado como “opcional” em trilhões de dólares em transações, segundo o Doge. Sem esse identificador, os repasses ficam imprecisos e comprometem a transparência e o controle sobre os gastos federais.
Para corrigir o problema, o Doge tornará o uso do TAS obrigatório a partir do próximo sábado (22). A expectativa é aumentar a visibilidade das transações financeiras do governo, permitindo, segundo o órgão, saber “para onde o dinheiro realmente está indo”.
Musk promete “grande reforma”
Em coletiva no Salão Oval, ao lado do presidente Donald Trump, Musk defendeu a atuação do Doge e rebateu críticas sobre uma suposta tentativa de “tomar” o governo. “O povo votou por uma grande reforma no governo, e é isso que o povo vai ter”, afirmou.
Musk destacou que o objetivo do departamento é cumprir a promessa de campanha de Trump: revisar os gastos públicos e reduzir o custo do Estado. Um exemplo é a investigação da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), suspeita de direcionar recursos para iniciativas de viés ideológico.
Ao ser questionado sobre a falta de transparência nas ações do Doge, Musk negou irregularidades. “As decisões do Doge são divulgadas no site oficial e nas redes sociais do departamento. Não é como se eu achasse que posso escapar de algo impunemente”, afirmou.
Com a nova diretriz, Musk tenta impor um choque de gestão na máquina pública americana, prometendo cortar excessos e expor possíveis fraudes — uma pauta alinhada à retórica de Trump contra o inchaço do Estado e o desperdício de recursos públicos.
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