O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), derrotado na disputa pela Prefeitura de São Paulo, foi o destino de 20% das doações feitas por pessoas físicas nas eleições de 2024, segundo levantamento feito pelo UOL. Ele recebeu dinheiro de 93,9 mil doadores, o segundo maior volume da história eleitoral do Brasil, atrás apenas do ex-presidente Jair Bolsonaro, que obteve apoio de 368 mil pessoas em 2022.
Os números indicam que Marçal recebeu apoio financeiro espalhado pelo Brasil, e não apenas na capital paulista. Apenas 38% dos CPFs de seus doadores foram registrados em São Paulo, enquanto o restante se distribui por estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Já entre empresas que fizeram doações, menos de 40% estão sediadas em São Paulo.
O fenômeno ficou mais claro com a prestação de contas final do candidato ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A maioria (94%) das doações foi de valores entre R$ 1 e R$ 100, muitas delas realizadas via Pix.
Apesar do crescimento político, Marçal enfrenta seis processos na Justiça Eleitoral que podem torná-lo inelegível. Ele é acusado pelo Ministério Público e adversários de três práticas consideradas abusivas na campanha de 2024:
- “Promoção de um concurso de cortes de vídeo na internet.”
- “Oferta de apoio político em troca de uma doação de R$ 5.000.”
- “Divulgação de documento falso sobre um adversário” — no caso, Guilherme Boulos (PSOL).
A assessoria do empresário informou que ele está de férias nos Estados Unidos e, por isso, não comentou as acusações.
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Marçal pontua para 2026 e se destaca entre evangélicos
Marçal já se apresenta como pré-candidato à Presidência em 2026. Segundo pesquisa Genial/Quaest de janeiro, ele tem 11% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece com 13%, e o cantor Gusttavo Lima (sem partido), com 12%.
O influenciador se destaca entre os evangélicos (47% contra 31% de Lula), eleitores com ensino superior (42% contra 35%) e aqueles com renda mensal superior a R$ 7.590 (43% contra 35%). Lula, por outro lado, lidera entre católicos (48% × 29%), pessoas com renda de até R$ 3.036 (51% × 26%) e eleitores com mais de 60 anos (48% × 21%).
Em um possível segundo turno contra Lula, Marçal teria 34% dos votos contra 44% do petista. Entre homens e eleitores de 16 a 34 anos, há empate técnico: 41% a 41% e 42% a 41%, respectivamente.