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Bolsonaro relata perseguição política a enviado da OEA

Em encontro com Pedro Vaca Villareal, enviado da OEA para a Liberdade de Expressão, Jair Bolsonaro relatou a perseguição que vem sofrendo por parte de Alexandre de Moraes e da cúpula do Judiciário de forma geral, desde que deixou a Presidência da República. O ex-presidente comentou sua inelegibilidade decretada pelo TSE com base num processo viciado e o desequilíbrio provocado pelo órgão durante as eleições de 2022.

“Conversamos por cerca de 50 minutos. Ele [Pedro Vaca Villarreal] se mostrou interessado no que eu falava e disse que vai fazer um relatório sincero sobre o que está acontecendo aqui no Brasil”, afirmou o ex-presidente.

Vaca Villarreal é relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão vinculado à OEA. A comissão investiga as denúncias feitas por Bolsonaro e parlamentares oposicionistas. O ex-presidente reforçou a acusação de que Moraes manipula depoimentos, realiza “pesca probatória” e mantém prisões sem denúncia formal, configurando, segundo ele, perseguição política.

A visita da OEA resultará em um relatório detalhado sobre a atuação de Moraes, com potencial para gerar desgaste ao ministro. Um dos fatores que tornam o documento relevante é o financiamento da OEA: os Estados Unidos, sob comando de Donald Trump, são os principais mantenedores da organização. O presidente norte-americano, aliado de Bolsonaro, conta com desafetos de Moraes em seu círculo próximo, como Elon Musk e Jason Miller, ambos alvos de decisões do ministro do STF.

Pedro Vaca Villarreal já indicou a gravidade das denúncias. Em entrevista ao portal Metrópoles, declarou que ficou “impressionado” com o conteúdo dos relatos. “O tom dos relatórios é realmente impressionante. Temos que analisar isso com calma. Eles [STF] divulgaram um comunicado de imprensa sobre o encontro. Essa é a voz deles. Teremos a nossa mais tarde”, afirmou.

Casos como o de Cleriston Pereira da Cunha, manifestante do 8 de Janeiro que morreu no presídio da Papuda após ter pedidos médicos ignorados pelo gabinete de Moraes, foram destacados na reunião. A filha de Cleriston, Luiza Cunha, relatou a situação à OEA.

Antes de ouvir Bolsonaro, Vaca Villarreal já havia se reunido com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e com o próprio Alexandre de Moraes. O relatório final da OEA deve indicar se as denúncias contra Moraes terão impacto internacional significativo ou apenas um efeito simbólico.

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Redação

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