O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o aumento do sigilo no inquérito que investiga o empresário José Marcos de Moura, conhecido como “Rei do Lixo“. O caso, que já tramitava em segredo de justiça, passa agora a ser classificado como ‘sigilo total‘, restringindo o acesso aos documentos apenas ao Ministério Público, ao juiz e a servidores autorizados.
A investigação, que está sendo conduzida no âmbito da Operação Overclean, mira um esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos de engenharia. O volume de recursos sob suspeita chega a R$ 1,4 bilhão, e as apurações apontam possível envolvimento de figuras de destaque do partido União Brasil. A decisão de Nunes Marques de elevar o sigilo do caso reforça a gravidade das suspeitas e a relevância do inquérito para o atual cenário político do país.
José Marcos de Moura, além de ser um dos principais investigados, ocupa cargo na executiva do União Brasil, tendo sido indicado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto. Ele chegou a ser preso pela Polícia Federal durante as diligências da operação. Durante as buscas, os agentes encontraram em seu cofre a escritura de uma transação imobiliária envolvendo o deputado federal Elmar Nascimento (BA), líder do partido na Câmara. Além disso, planilhas apreendidas indicam que o esquema pode ter operações em pelo menos 12 estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.
O inquérito teve início a partir de uma notícia-crime da Controladoria-Geral da União, que apontou indícios de irregularidades em contratos firmados entre o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) na Bahia e a empresa Allpha Pavimentações e Serviços de Construções Ltda.