O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou que Gleisi Hoffmann, presidente do PT, deve assumir um ministério na reforma ministerial prevista para os próximos dias. A expectativa é que ela seja nomeada para a Secretaria-Geral da Presidência, cargo estratégico que a colocará no centro das decisões do governo.
Gleisi já foi chamada para duas reuniões com Lula, que mencionou seu nome como um dos cotados para compor a nova configuração ministerial. Apesar de críticas públicas à política econômica de Fernando Haddad (PT), a presidente do PT não descartou a possibilidade. Nos bastidores, aliados do governo acreditam que sua nomeação é questão de tempo.
O movimento faz parte de um esforço para fortalecer a influência do PT no núcleo do governo, em meio à pressão de partidos aliados por mais espaço na Esplanada. A pasta que Gleisi assumiria é responsável pela articulação com movimentos sociais, setor historicamente próximo ao partido.
A reforma também pode atingir outros ministérios. O atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pode ser deslocado para outra área, possivelmente a Saúde, no lugar de Nísia Trindade. A saída abriria espaço para um nome do MDB, diminuindo ainda mais o controle do PT sobre a articulação política.
Além disso, o governo pode perder a pasta das Mulheres, com a provável saída de Cida Gonçalves. A mudança abriria caminho para Luciana Santos (PCdoB) assumir o cargo, permitindo que o governo negocie a Ciência e Tecnologia com um partido de centro, como o PSD.
Outra grande movimentação envolve os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Lira pode ser acomodado no Ministério da Agricultura, substituindo Carlos Fávaro (PSD), mas enfrenta resistência dentro do próprio PSD.
O líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), também foi cotado para o Desenvolvimento Social, mas recusou o convite, preferindo outro posto estratégico. Caso Wellington Dias deixe o ministério para retornar ao Senado, a vaga de sua suplente, do PSD, também será afetada.
A reorganização ministerial acontece em um momento delicado para Lula. Pesquisas recentes apontam queda na aprovação do governo, aumentando a pressão por ajustes que garantam maior governabilidade até 2026.