A popularidade do governo Lula segue em queda, atingindo bases antes fiéis ao petista. Segundo pesquisa PoderData realizada de 25 a 27 de janeiro de 2025, 51% dos eleitores desaprovam sua gestão, enquanto apenas 42% a aprovam. O cenário se agrava entre lulistas, nordestinos e religiosos, que demonstram crescente insatisfação com o governo.

A avaliação pessoal de Lula também registra seu pior índice desde a posse. Apenas 24% dos entrevistados consideram seu trabalho “bom” ou “ótimo”, contra 43% no início do mandato. Já 40% o classificam como “ruim” ou “péssimo”, um aumento de 5 pontos percentuais em dois anos.

A pesquisa revela que o presidente tem perdido apoio mesmo entre aqueles que o elegeram:

• Lulistas: entre os que votaram no petista em 2022, a desaprovação subiu de 10% para 23%. Já a aprovação caiu de 87% para 73%.
• Nordestinos: na região historicamente petista, a rejeição ao governo subiu de 35% para 43%, enquanto a aprovação caiu de 55% para 51%. A vantagem de 20 pontos que Lula tinha em 2023 despencou para apenas 8 pontos.

A queda no Nordeste chama atenção, já que a região foi crucial para a vitória de Lula em 2022. Hoje, a insatisfação avança mesmo entre os que tradicionalmente respaldam o PT.

Rejeição entre evangélicos e católicos explode

O governo também enfrenta forte resistência entre religiosos, especialmente evangélicos.

• Evangélicos: 68% desaprovam Lula, um aumento de 12 pontos percentuais desde 2023. Apenas 26% aprovam sua gestão, consolidando um dos piores desempenhos do presidente entre esse grupo.
• Católicos: a aprovação despencou de 62% para 48%, enquanto a rejeição subiu de 31% para 43%. A diferença de 31 pontos percentuais que Lula tinha no início do mandato caiu para apenas 5 pontos.

Mesmo com um discurso cada vez mais pautado na religiosidade – com pelo menos 462 menções a “Deus”, “Cristo” e “fé” em 2023 e 2024 –, Lula não conseguiu evitar a deterioração de sua imagem entre esses eleitores.

A insatisfação com Lula reflete, sobretudo, a percepção negativa da economia. A alta do dólar e dos preços dos alimentos tem afetado diretamente o poder de compra da população. O governo prometeu “colocar o pobre no orçamento”, mas enfrenta dificuldades para conter a inflação.

A pesquisa mostra que a rejeição ao governo é mais intensa entre eleitores de renda média e alta. Entre aqueles que ganham mais de cinco salários mínimos, 43% avaliam Lula como “ruim” ou “péssimo”. No Centro-Oeste, a insatisfação chega a 52%.

O presidente mantém melhor avaliação entre jovens de 16 a 24 anos (29% de aprovação) e mulheres (24% de avaliação positiva). No entanto, a desaprovação ainda é alta nesses segmentos, mostrando que o desgaste do governo não se restringe a um grupo específico.