Pela primeira vez no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os indicados do presidente formam maioria na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide nesta semana (28 e 29./janeiro/2025) sobre a taxa básica de juros. O mercado financeiro projeta uma alta de 1 ponto percentual, elevando a Selic para 13,25% ao ano.
A expectativa é impulsionada pela sinalização de políticas mais rígidas para conter a inflação, que subiu para 5,50% nas estimativas para o fim de 2025. A decisão do Copom será a primeira com Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, após a saída de Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro.
Em 2024, três diretores indicados por Bolsonaro deixaram seus cargos:
- Roberto Campos Neto: ex-presidente do BC;
- Otavio Damaso: ex-diretor de Regulação;
- Carolina de Assis Barros: ex-diretora de Relacionamento Institucional.
Foram substituídos pelos indicados de Lula:
- Gabriel Galípolo: atual presidente do BC;
- Gilney Vivan: diretor de Regulação;
- Izabela Correia: diretora de Relacionamento Institucional;
- Nilton José David: diretor de Política Monetária.
Com isso, dos nove assentos no colegiado, apenas dois permanecem ocupados por indicados de Bolsonaro.
Lula criticou duramente a gestão de Campos Neto em 2023 e 2024, apontando “divergências ideológicas e políticas”. Campos Neto, por sua vez, defendeu que suas decisões foram técnicas, sem viés político.
A mudança na composição do Copom, no entanto, coincide com um período de medidas mais duras, como a alta de 1 ponto na Selic e a sinalização de juros de até 14,25% ao ano em março.