Nicolás Maduro assumiu nesta sexta-feira (10) seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, em meio a protestos internos e crescente isolamento diplomático na América Latina. O regime chavista rompeu relações com oito países que questionaram o resultado das eleições de julho de 2024, nas quais Maduro foi declarado vencedor com 51% dos votos.
Governos de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, Uruguai, República Dominicana e Paraguai enfrentaram retaliações, com expulsão de missões diplomáticas em Caracas. O Brasil, embora sem romper relações, não reconheceu o resultado e exigiu a divulgação das atas eleitorais – um pedido que permanece ignorado.
No Paraguai, o presidente Santiago Peña reconheceu Edmundo González, líder opositor e autoproclamado vencedor com alegados 67% dos votos. Em resposta, o governo de Maduro cortou laços com Assunção.
Enquanto isso, potências do G7 reiteraram apoio a González, agravando tensões. O governo venezuelano classificou as críticas como “interferência imperialista” e acusou os países de promoverem “um Guaidó 2.0”.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tradicional aliado da Venezuela, manteve distância da posse de Maduro. Lula optou por enviar a embaixadora Gilvânia de Oliveira como representante.
Na véspera da posse, manifestações contra Maduro ocorreram em Caracas e outras cidades. María Corina Machado, uma das principais líderes opositoras e aliada de González, foi detida após liderar um protesto.
Simultaneamente, o Foro de São Paulo realizou um evento antifascista em Caracas, com a presença de representantes do PT, incluindo Mônica Valente. O grupo reiterou apoio a Maduro, enquanto líderes de oposição cobravam uma posição de Lula sobre os eventos.
Maduro governa a Venezuela desde 2013 e inicia seu terceiro mandato sob contestação internacional e crescente pressão interna. Com um país mergulhado em crise econômica e institucional, a legitimidade de seu governo segue sob escrutínio global.
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