A Arteleste Construções Ltda, contratada sem licitação para reconstruir a ponte que desabou entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), já foi flagrada pagando propina a um ex-dirigente do Dnit. A empreiteira foi escolhida para a obra de R$ 171,9 milhões após a tragédia que matou 17 pessoas em 22 de dezembro, a apuração foi do Estadão.
Documentos apontam que, em 2010, Túlio Gabriel de Carvalho Beltrão Filho, ligado à Arteleste, foi flagrado entregando R$ 50 mil ao então chefe de engenharia do Dnit no RN, Gledson Maia. A propina, paga em um estacionamento de churrascaria em Natal, era parte de um contrato emergencial de R$ 13,7 milhões para reforço da Ponte Felipe Guerra, no interior potiguar.
O Dnit defendeu a contratação, alegando não haver impedimento legal, já que a empresa não foi condenada. O órgão disse ter seguido as normas e que a dispensa de licitação ocorreu por excepcionalidade.
A Arteleste, com sede no Paraná, venceu o contrato em consórcio com a Construtora A. Gaspar Ltda, do RN. A empresa não comentou se Túlio Gabriel ainda integra seu quadro.
A Operação Via Ápia, que revelou o esquema, identificou sobrepreços de R$ 132 milhões em contratos do Dnit no RN. Gledson Maia foi condenado em outro processo derivado da mesma operação.