Com a participação de três diretores nomeados pelo Governo Lula, sendo um deles o futuro Presidente, já aprovado e tomando posse em dias, o Copom aumenta os juros em 1% para 12,25%, por unanimidade, e contrata já mais 2 aumentos iguais. (14,25%)
Não só, o comunicado publicado pelo Bacen é particularmente duro em suas mensagens na manutenção da ortodoxia na política monetária de combate à inflação.
Galípolo ( alter-ego de Lula) com isto reafirma o compromisso e a postura técnica de Roberto Campos Neto e sua equipe e com a continuidade.
No comunicado fica explicito um grande reconhecimento à política monetária independente do Bacen, iniciada no Governo Bolsonaro e com sua correção. Mais, deixa claro como política.
Inédito, principalmente quando ainda se tem na memória a desastrada atuação do Alexandre Tombini, no Governo Dilma, quando inverteu por pressão política eleitoral, a linha de austeridade monetária que vinha mantendo.
Anunciado para amanhã também um leilão em linha de 4 bi de dólar, mais um reforço da atitude firme do Bacen.
Mas no frigir dos ovos estamos contratados numa inflação não inferior a 5,5% e juros na faixa de 15.
E está claro que o desarranjo fiscal está aí.
O Copom com isto dá um prazo político ao Governo, no entanto não há engano possível, a gestão fiscal é inviável e levará ao caos.
Não são cortes pontuais de despesas, ou ajustes políticos em tributos e programas sociais que resolvem. Exemplo, esses em tramitação no Congresso.
Sem uma reforma fiscal em regra, que restabeleça fundamentos de equilíbrio econômico reais, o quadro atual só tende a agravar. Não é privilégio do Brasil.
A boa notícia é que o tempo pode ajudar desde que se adote as boas práticas e os objetivos corretos.