Parece evidente agora o motivo pelo qual o Supremo impediu cópia e divulgação das imagens do aeroporto de Roma que integram o inquérito sobre supostas hostilidades cometidas por Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanata Bignotto contra Alexandre de Moraes e seu filho. Relatório pericial encomendado pela defesa da família ao laboratório de Roberto Molina indica que Mantovani foi agredido por Alexandre Barci e não o contrário.

Imagens das câmeras de segurança do local registraram o momento em que Barci desfere um tapa na nunca do empresário, que, numa reação involuntária, abaixa a cabeça e levanta os braços — é quando uma de suas mãos esbarra no óculos do filho do ministro. Embora conste do vídeo enviado pelas autoridades italianas ao Supremo, a imagem foi suprimida da sequência de frames usados pela Polícia Federal para fundamentar seu relatório de indiciamento e, por consequência, da denúncia apresentada pela PGR.

“Basta assistir as imagens, o que ocorreu na sede do STF, em 13/08/2024, na presença de dois magistrados e outros tantos servidores públicos (pelo menos mais cinco), para se constatar, nitidamente, que quem desfere um tapa em alguém é o filho do ministro e, não, o denunciado Roberto. A imagem é muito clara nesse sentido, incontroversa, o que evidencia que o parecer da PF, sobre a análise das imagens do aeroporto, consubstancia grave e inaceitável equívoco!“, escrevem os advogados Ralph Tórtima e Thiago Mello.

O perito reforça a suspeita de manipulação das imagens, ao constatar “que uma cena anterior às mostradas nas imagens 59-61 (do relatório de indiciamento) foi suprimida”. “Tal cena, de extrema importância, mostra uma agressão praticada por Alexandre Barci contra Roberto Mantovani, consistindo em um tapa na nuca. Houve, portanto, uma agressão anterior ao gesto de Roberto Mantovani, o qual, nas imagens de vídeo levanta o braço em movimento instintivo de defesa, resvalando nos óculos de Alexandre Barci.”

Diante das evidências, os advogados peticionaram ontem ao ministro Dias Toffoli, relator do caso, para que rejeite a denúncia e envia a investigação para a primeira instância.

Leia os principais trechos do relatório pericial e da petição: