Lula admitiu pela primeira vez a incompetência de sua gestão no enfrentamento dos incêndios que se espalham pelo país. Em reunião com Rodrigo Pacheco e Luíz Roberto Barroso, o presidente disse que “o dado concreto é que a gente não estava 100% preparado para cuidar desse tipo de coisa”. Esse tipo de coisa era o tipo de coisa que o petista dizia que ia resolver, caso fosse eleito. O tipo de coisa que pautou vídeos de artistas, palestras da hoje ministra Marina Silva e até tuítes de celebridades de Hollywood.
Ontem, na entrevista que fizemos no meu programa das 12h (ALive), o senador Hamilton Mourão alertou para a extinção, pelo atual governo, do Conselho Nacional da Amazônia Legal. Ele disse também que a ideologização do debate cega o país para problemas crônicos e reais que precisam de planejamento técnico adequado. “Incêndio tem todo ano. Impedi-lo é um problema essencialmente logístico. É preciso estabelecer bases de insumos para o combate aos incêndios onde eles normalmente acontecem.”
Marina, que recentemente se vangloriou de ter à disposição recursos de mais de 20 ministérios, deve apresentar em breve uma série de propostas, como projetos de lei, decretos e medidas provisórias. Mourão avisou que protocolou há tempos na CCJ o projeto de um arcabouço ambiental, que reúne toda a legislação sobre o tema, hoje ainda dispersa.
Ninguém até agora se interessou em analisar o texto. O Brasil, de fato, não precisa de mais legislação, mas de planejamento e comando e controle.
Considerando a ideia expressada recentemente por Marina, de tomar as terras de quem faz queima controlada, esse novo pacote do governo deve trazer mais algumas ‘inovações’ contra uma sociedade livre e de mercado. Mais uma vez, o Congresso se omite sobre tema fundamental e acabará atropelado pelo Executivo, ou mesmo pelo Judiciário, considerando a performance de Flávio Dino na temática.