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União Europeia aprova primeiro remédio que ataca causa do Alzheimer

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A Comissão Europeia aprovou na terça-feira (15) o uso do Lecanemab, tornando-se o primeiro tratamento autorizado na Europa que atua diretamente na origem do Alzheimer, e não apenas nos sintomas da doença. A decisão representa um marco no combate à condição neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas no mundo.

O Lecanemab é um anticorpo monoclonal desenvolvido para reduzir a formação de placas de proteína anormal no cérebro, um dos principais fatores associados ao avanço do Alzheimer. Embora não seja capaz de curar a doença ou reverter os danos já causados, o medicamento representa um avanço relevante ao desacelerar o progresso da condição.

A autorização é limitada a pacientes com comprometimento cognitivo leve e que tenham uma ou nenhuma cópia do gene ApoE4, devido ao menor risco de efeitos colaterais graves. A decisão veio após reavaliação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que inicialmente havia barrado o uso do fármaco. Após nova análise, a agência concluiu que os benefícios compensam os riscos para um grupo específico de pacientes, desde que sejam adotadas medidas de segurança adicionais.

O Lecanemab já havia sido aprovado nos Estados Unidos em 2023 pela FDA, com o nome comercial Leqembi. O remédio também está disponível no Japão e no Reino Unido. Apesar de oferecer um benefício considerado modesto, retardando a progressão da doença em cerca de cinco meses, é visto como um avanço importante, especialmente diante da ausência de opções eficazes até então.

Estimativas indicam que cerca de 55 milhões de pessoas convivem com o Alzheimer em todo o mundo. O desenvolvimento de medicamentos eficazes tem sido dificultado pela complexidade dos mecanismos cerebrais envolvidos.

Um estudo recente publicado na revista Science, conduzido por pesquisadores belgas e britânicos, apontou uma relação direta entre a formação de proteínas anormais no cérebro e a necroptose, uma forma de morte celular. A descoberta pode abrir novas frentes de pesquisa para tratamentos capazes de interromper esse processo e preservar os neurônios.

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