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Transparência Internacional rebate Dias Toffoli sobre pedido da J&F

A Transparência Internacional Brasil se disse supresa com decisão de Dias Toffoli para compartilhar com órgãos federais um pedido da J&F para que se investigue o que a empresa chama de “parceria escusa” entre o Ministério Público Federal e a entidade. Segundo a organização, as alegações que fundamentam o pedido são falsas e já foram arquivadas pela própria Procuradoria-Geral da República.

“Em outubro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, promoveu o arquivamento da investigação contra a organização — aberta pelo próprio ministro, em fevereiro deste ano, com base nas mesmas alegações falsas — e apontou, em sua manifestação, ausência de fatos concretos e elementos mínimos que indicassem ocorrência de prática criminosa e justificassem a investigação”, lembra a TI Brasil.

E segue:

“A petição da J&F, submetida oito meses depois do prazo limite para manifestação estabelecido pelo ministro, foi respondida pela Transparência Internacional – Brasil, que apontou não só a violação de prazo, mas também a falsidade das alegações. Em sua manifestação extemporânea, a J&F reitera seu assédio judicial contra a Transparência Internacional, apresentando, mais uma vez, narrativa construída através de graves distorções e omissões factuais e documentais, citações editadas de maneira descontextualizada e referências a matérias com conteúdos difamatórios, publicadas em veículo patrocinado pela própria empresa.”

A organização reitera que jamais recebeu, direta ou indiretamente, qualquer recurso do acordo de leniência do grupo J&F ou de qualquer acordo de leniência no Brasil; e que tampouco pleiteou a gestão de tais recursos. “Há uma clara tentativa de distorcer os fatos e o papel da Transparência Internacional.”

“Através de acordos formais e públicos, que vedavam explicitamente o repasse de recursos à organização, a Transparência Internacional – Brasil produziu e apresentou estudo técnico com princípios, diretrizes e melhores práticas de transparência e governança para a destinação de “recursos compensatórios” (multas e recuperação de ativos) em casos de corrupção [1], incluindo a recomendação de que o Ministério transparenciainternacional.org.br Público não deveria ter envolvimento na gestão destes recursos. O Memorando de Entendimento que estabeleceu esta cooperação [2] expirou em dezembro de 2019 e não foi renovado, encerrando assim qualquer participação da Transparência Internacional. As alegações apresentadas pela J&F já foram desmentidas diversas vezes pela própria Transparência Internacional [3] e por autoridades brasileiras, inclusive pelo Ministério Público Federal [4] e, mais recentemente, pela Procuradoria-Geral da República [5]. Apesar disso, estas fake news vêm sendo utilizadas há quase cinco anos em graves e crescentes campanhas de difamação e assédio à organização.”

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Claudio Dantas

Claudio Dantas

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