Claudio Dantas
9.8 C
Brasília

Supremo arquiva inquérito contra Daniel Silveira

Publicado em:

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou o inquérito aberto em 2021 contra o ex-deputado federal Daniel Silveira (RJ). A investigação apurava mais de 30 supostas violações ao uso da tornozeleira eletrônica enquanto Silveira cumpria prisão domiciliar.

Em 2022, Moraes prorrogou a apuração por mais de 60 dias. Com base no inquérito, o ministro determinou a prisão de Silveira em 24 de junho daquele ano. O ex-parlamentar havia sido preso inicialmente em fevereiro de 2021 por ataques ao STF.

Ao acolher parecer do Ministério Público Federal (MPF), Moraes escreveu: “Tendo o Ministério Público Federal requerido o arquivamento no prazo legal, não cabe ação privada subsidiária, ou a título originário, sendo essa manifestação irretratável, salvo no surgimento de novas provas”. E completou: “Diante do exposto, acolho a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e defiro o arquivamento desta investigação.”

No pedido de arquivamento, a PGR afirmou: “A violação ao monitoramento eletrônico pelo investigado foi remediada por meio da decretação da sua prisão preventiva, em decisão proferida no dia 24/6/2021. Assim, excluída a tipificação criminal do fato, o Ministério Público Federal manifesta-se pelo arquivamento dos autos.”

À este site, o advogado de Silveira, Paulo Faria, declarou: “Foi um inquérito aberto de ofício por Moraes, para apurar supostas violações à tornozeleira em prisão domiciliar. A própria PF, em perícia, confirmou que não houve nenhuma violação. Daniel foi preso por isso, e com essa acusação, em 24 de junho de 2021. Essa foi mais uma farsa promovida por Moraes para prender e manter preso, o seu prisioneiro de estimação.”

Faria completou: “Eu vinha denunciando essa FARSA desde quando foi juntado um laudo da PF afirmando que não houve violação à tornozeleira e ele foi preso em 24/06/21, por isso. Não ocorreram violações.”

Enquanto isso, o STF vai julgar entre os dias 23 e 30 de maio, no plenário virtual, um recurso da defesa de Silveira para que ele possa trabalhar e estudar fora da prisão. Moraes já havia negado o pedido em abril. A defesa sustenta que o ministro violou o devido processo legal ao não enviar os autos à PGR antes da decisão.

Ao indeferir o pedido, Moraes afirmou que Silveira “não faz jus ao benefício pleiteado, uma vez que não possui um dos requisitos essenciais, qual seja, o comportamento adequado”.

Condenado em 2022 a 8 anos e 9 meses por ameaças ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo, Silveira recebeu indulto do então presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o STF anulou a medida.

Em dezembro de 2024, Moraes concedeu liberdade condicional ao ex-deputado, com restrições. Três dias depois, após descumprimento de ordens judiciais, a liberdade foi revogada. Atualmente, Silveira está no semiaberto e atua em um projeto de reflorestamento em Magé (RJ).

Em abril, Moraes também rejeitou pedido da defesa para aplicar o regime semiaberto harmonizado — ou humanitário — alegando que Silveira descumpre medidas cautelares.

Escreva seu e-mail para receber bastidores e notícias exclusivas

Não fazemos spam! Leia nossa política de privacidade para mais informações.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais recentes

Checagem de fatos