Sóstenes Cavalcante disse ao Globo que se Hugo Motta não pautar a anistia, ele romperá o acordo firmado pelo presidente da Câmara com líderes partidários sobre a divisão das emendas de comissão. Pelo acordo, exposto pelo líder do PL, Motta teria controle sobre 70% das emendas, enquanto os partidos ficariam com apenas 30%.
“Se for preciso uma medida extrema, vamos desrespeitar esse acordo e passar a gerenciar 100% do valor das emendas das comissões que presidimos, dividindo o montante entre os deputados que votaram pela urgência da anistia”, disse Sóstenes, ressaltando que o PL tem R$ 6,5 bilhões só nessa modalidade de emenda.
Ato contínuo e de ofício, Flávio Dino determinou há pouco que o líder do PL seja intimado a prestar esclarecimentos em até 48 horas. Em sua decisão, o ministro alega que é “dever do relator” assegurar “o fiel cumprimento do Acórdão do Plenário do STF, no tocante ao fim de qualquer modalidade de ‘orçamento secreto’.”
Nesse caso, Dino deveria cobrar esclarecimentos de Motta, responsável pelo acordo agora não mais secreto. Talvez, ele queira ouvir também o que Davi Alcolumbre tem a dizer sobre o caso. No caso de Sóstenes e demais líderes partidários, basta garantir que o nome do parlamentar conste da indicação dos valores, assim como o destino do recurso.