Primeiro, foram 18 milhões de reais. Depois, 5 milhões de reais. Agora, mais 10 milhões de reais. Alexandre de Moraes não pode prender Elon Musk, então quer depená-lo. Além das multas, ditadas a seu bel-prazer, a suspensão diária do X significaria um prejuízo diário para o magnata americano de R$ 9,8 milhões — uma soma que hoje chega a quase R$ 300 milhões e ainda pode dobrar, caso o ministro resolva liberar a plataforma só depois das eleições. Talvez seu desejo seja mesmo estender a contenda para arrancar ao menos 1 bilhão de Musk, tornando-o um pouquinho menos trilionário.

Como avisei antes, o X já fez esses cálculos e chegou à conclusão de que não vale o custo seguir na queda de braço com o imperador da Juristocracia brasileira. Melhor derrubar algumas dezenas de perfis do que deixar 22 milhões de usuários sem poder usar a rede e sem consumir a publicidade que alimenta seu tráfego. Em agosto, a plataforma dizia que não cumpriria ordens ilegais, mas agora compreendeu que a lei em vigor no Brasil é aquela que sai da caneta de Moraes e de seus colegas de toga. Foi tudo um grande mal-entendido causado por uma visão tecnicista de sua assessoria jurídica local.

O exercício do poder costuma ser ridículo, como dizia Jô Soares. O abuso de poder é patético.