O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, demitiu Miguel Mejía, ministro de Políticas de Integração Regional, por meio do Decreto 8-25. A decisão ocorre em meio a tensões políticas regionais, agravadas pelo apoio declarado de Mejía ao regime de Nicolás Maduro.
Mejía, líder do Movimento da Esquerda Unida (MIU), criticou abertamente a política externa de Abinader, classificando-a como um “desastre”. Ele também defendeu Maduro, declarando-o o “presidente constitucional da Venezuela” e rejeitou as sanções internacionais contra o regime chavista.
A trajetória de Mejía foi marcada pela proximidade com governos de esquerda como os de Cuba, Nicarágua e Venezuela. Recentemente, ele liderou uma delegação para a posse de Maduro, contrariando as diretrizes do governo dominicano.
A decisão de Abinader veio após a recepção oficial de Edmundo González Urrutia, líder da oposição venezuelana, no Palácio Nacional. O encontro contou com a presença de ex-presidentes latino-americanos como Andrés Pastrana (Colômbia), Laura Chinchilla (Costa Rica) e Jamil Mahuad (Equador), que se comprometeram a apoiar González em sua luta contra o regime de Maduro.
El Presidente Abinader ha convertido el Palacio Nacional en un vertedero. Y la historia le tiene reservado un lugar: El zafacón.https://t.co/iZt83bN75a
— Movimiento Izquierda Unida – MIU (@MIURD) January 9, 2025
Grupos de esquerda protestaram contra a visita de González, declarando-o “persona non grata” e criticando o governo dominicano. Em resposta, Abinader reforçou seu posicionamento contra regimes autoritários na região.
Miguel Mejía esteve no cargo por oito anos, mas sua gestão foi frequentemente questionada por falta de clareza em suas funções e resultados concretos. Além disso, suas alianças com projetos como a Celac e a ALBA alimentaram críticas de setores que consideram essas iniciativas contrárias aos interesses democráticos da República Dominicana.
Após sua demissão, Mejía afirmou que a história reservará o “lixo” para Abinader, intensificando o tom das críticas. O decreto que oficializa sua destituição revoga o artigo 26 do Decreto 246-16, que o nomeou em 2016, e instrui as instituições competentes a executar a decisão imediatamente.
Enquanto isso, Abinader fortalece sua posição contra regimes autoritários e busca reforçar alianças democráticas na América Latina.