O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, desconsiderou parecer jurídico da Procuradoria Federal que alertava sobre a ilegalidade da criação da Fundação IBGE+ sem autorização do presidente Lula. Mesmo ciente da irregularidade, seguiu adiante, resultando na suspensão da entidade pelo próprio governo na semana passada.
Auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) classificaram a fundação como um “alto risco” para o instituto e identificaram irregularidades no processo. O caso avançou para o plenário, com o ministro Bruno Dantas como relator. Além disso, parlamentares da oposição, como Gustavo Gayer (PL-GO) e Rogério Marinho (PL-RN), acionaram a corte pedindo investigação e o afastamento de Pochmann.
A polêmica gerou revolta dentro do IBGE. Servidores divulgaram uma carta com 651 assinaturas, incluindo 289 chefes, denunciando autoritarismo na gestão. Outra manifestação, assinada por 300 funcionários da comunicação, acusou Pochmann de usar o cargo para promoção política em vez de fortalecer a credibilidade do instituto.
A crise expôs o desgaste do presidente do IBGE dentro do próprio governo. A suspensão da fundação foi anunciada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, evidenciando a perda de influência de Pochmann na gestão petista.