O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta semana uma ordem executiva que classifica cartéis de drogas como organizações terroristas internacionais, permitindo medidas mais severas contra essas entidades. A decisão pode impactar grupos criminosos na América Latina, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), que possuem características estruturais similares às dos cartéis mexicanos.
A ordem, que ainda definirá a lista de organizações atingidas, autoriza ações dentro e fora dos EUA, incluindo intervenções militares. Trump justificou a medida citando os cartéis como ameaças à segurança nacional e ao “Hemisfério Ocidental”.
A medida atinge diretamente países como Colômbia, Bolívia e Brasil, grandes produtores de cocaína e bases operacionais de grupos criminosos transnacionais. O decreto faz referência direta ao Trem de Aragua, organização venezuelana, e às gangues Maras Salvatrucha (MS-13), fundadas em El Salvador, mas menciona genericamente “cartéis” que operam como “entidades quase governamentais”, principalmente em regiões do México.
A classificação como terroristas abre caminho para sanções financeiras, restrições diplomáticas e, potencialmente, intervenções armadas.
Historicamente, os EUA combateram o narcotráfico por meio de parcerias bilaterais, como o Plano Colômbia, enquanto o terrorismo foi enfrentado com ações militares unilaterais, como a Guerra ao Terror de George W. Bush após o 11 de setembro. Ao unificar esses conceitos, Trump sinaliza uma abordagem mais agressiva, sem descartar operações em territórios estrangeiros.