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Guarda Municipal armada no Rio: o que mudou, Eduardo?

Fui candidata à Prefeitura do Rio e uma crítica contumaz à gestão Eduardo Paes, que governa com uma máquina inchada de apadrinhados, com alianças políticas que não fazem qualquer sentido programático, mas que acomodam os mais diversos interesses na complexa política carioca. Sua primeira reunião de secretariado precisou ser realizada em um ginásio esportivo devido à quantidade de secretários que assumem a gestão 2025/2028. Não precisa ser um grande entendedor de política para saber que é impossível dar certo.

Dito isso, preciso reconhecer a habilidade do prefeito em um aspecto: ele tem termômetro político e acerta em seu novo decreto sobre uma força de segurança armada.

Pesquisas eleitorais em 2024 mostravam que a falta de segurança pública era a maior dor do carioca. Nós da oposição batemos reiteradamente nessa tecla. Segurança Pública é SIM atribuição da Prefeitura, tema já pacífico em decisões no STF, mas Paes surfou a onda contrária até então, já que o tema é polêmico e o faria perder votos já consolidados.

A narrativa há anos de parte do próprio grupo do prefeito é que seria atribuição apenas do Governo do Estado, na contramão de quase todas as capitais do país que já possuem uma força municipal armada. Inúmeras vezes ao dar entrevista durante a campanha fui surpreendida com o seguinte início de pergunta: “Candidata, a senhora sabe que segurança não é atribuição da Prefeitura e, no entanto, é sua principal proposta”; demonstrando que a mídia comercial, normalmente pautada pelo desprezo às policias, também ajudou a alimentar essa narrativa.

O que mudou, então? Será que Eduardo Paes quer ser governador em 2026? Ele jura que não. Seja como for, não há mais como fugir do tema. A situação da violência pública no Rio piora a cada dia, depondo contra sua própria gestão, sempre muito preocupada com a imagem. Ainda é cedo para saber exatamente o que fará. O Decreto 55.584, que dispõe sobre a criação de Grupo de Trabalho destinado à elaboração de estudos e análises para a criação de uma Força Municipal de Segurança na cidade, é genérico o suficiente para deixarmos todos apreensivos.

Segundo o noticiado, Paes deve optar pela criação de um destacamento armado dentro da Guarda Municipal, o que sempre propus e que percebo ser o mais adequado do que armar todo o corpo de vigilância. Como carioca e cansada da violência do Rio, espero de coração que a medida avance. Espero também que o jogo político seja mais transparente e que na próxima campanha o prefeito não omita mais esse tipo de medida do eleitor, nem se omita diante de uma demanda urgente e generalizada.

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Carol Sponza

Carol Sponza

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