O ouro ultrapassou nesta terça-feira (22) a marca histórica de US$ 3.500 pela 1ª vez. A cotação chegou à máxima de US$ 3.509,06, com alta de 1,85% no dia. No entanto, o metal perdeu força ao longo da tarde e recuava 1,13%, sendo negociado a US$ 3.386,74 por volta das 15h53.
A disparada foi impulsionada pelo movimento de investidores em busca de ativos considerados seguros, em meio à escalada da guerra tarifária entre Estados Unidos e China e ao aumento da tensão entre o presidente Donald Trump e o Federal Reserve, o banco central norte-americano. Desde o início do ano, o ouro acumula uma alta de 30%.
Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, também nesta terça, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, comentou o impacto das recentes declarações de Trump sobre a autoridade monetária americana e defendeu o atual presidente de Powell. Ele destacou que o banco central norte-americano já enfrentou duas grandes crises recentes (a pandemia de Covid-19 e a guerra russo-ucraniana) e agora precisa lidar com mais um fator de pressão.
“O tarifaço de Trump vai ‘bagunçar’ o trabalho do Fed e criar pressões inflacionárias e de atividade econômica”, afirmou Galípolo. “[Powell] Estava conseguindo entregar algo que é raro de a gente ver na prática, que é uma aterrissagem suave. Ele tem o duplo mandato e estava conseguindo entregar uma inflação que vinha convergindo gradativamente para a meta com uma economia aquecida em pleno emprego e com a exuberância que via em todos nos mercados, tanto de dívida quanto de ações americano”.