As obras da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, continuarão paralisadas. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou nesta terça-feira (18) que a retomada só ocorrerá caso a Eletronuclear passe por uma reformulação completa. Segundo ele, a estatal não oferece segurança para conduzir o projeto.
Durante a primeira reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) em 2025, o governo decidiu mais uma vez postergar a decisão sobre Angra 3. O adiamento foi defendido principalmente pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que alegou a visita do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, como um fator que impediria a discussão no momento. Ainda não há nova data para a definição.
O custo da conclusão de Angra 3 já está estimado em R$ 23 bilhões, segundo o BNDES. Caso o governo decida abandonar o projeto, a desistência também teria um custo bilionário, calculado em R$ 21 bilhões. Atualmente, apenas 65% da obra foi concluída, e o armazenamento dos equipamentos já gera um prejuízo de R$ 200 milhões por ano.
Tarifa Angra 3
Na última revisão, a tarifa prevista para a energia gerada por Angra 3 caiu de R$ 653,31 para R$ 640 por MWh, segundo um estudo do BNDES. A Eletronuclear, no entanto, estima que esse valor possa ficar abaixo de R$ 600 por MWh caso sejam emitidas debêntures incentivadas como forma de financiamento.
O impasse sobre a usina se arrasta há décadas. Iniciada nos anos 1980 e paralisada desde 2015, Angra 3 segue como um dos maiores exemplos de ineficiência estatal no setor energético brasileiro.