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O que se sabe sobre o maior grupo partidário do país, federação União-PP

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Nesta terça-feira (29), o União Brasil e Progressistas (PP) oficializaram a federação União Progressista (UP), consolidando o maior bloco político do Congresso Nacional. O lançamento ocorreu no Salão Negro da Câmara dos Deputados, em Brasília, com forte presença de lideranças da centro-direita.

A nova federação reúne 109 deputados federais, formando a maior bancada da Câmara. No Senado, soma 14 parlamentares, empatando com PL e PSD. A UP governa seis estados, comanda 1.350 prefeituras — incluindo sete capitais — e ultrapassa 12 mil vereadores.

Antonio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP) assumem, de forma compartilhada, a presidência da federação até dezembro de 2025. O nome definitivo para 2026 ainda será definido. Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, ficou fora da direção, o que escancarou disputas internas.

Com a federação, os dois partidos atuam juntos nas eleições de 2026 e 2028. A UP controlará a maior fatia do fundo eleitoral (R$ 953,8 milhões) e do fundo partidário (R$ 197,6 milhões). O grupo supera o PL, com 92 deputados, e a federação petista (PT-PCdoB-PV), com 80 parlamentares.

O evento foi marcado por sinalizações à direita. “Um choque de prosperidade” e menor intervenção estatal foram pontos centrais do manifesto político divulgado. A ausência de membros do PT e a presença de líderes do PL, como Valdemar Costa Neto e Sóstenes Cavalcante, evidenciaram o distanciamento do governo Lula.

ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, foi direto: “Bolsonaro é um personagem político com tamanho e densidade eleitoral inegável no campo da direita. Ninguém pode querer construir um projeto de enfrentamento ao PT sério, competitivo e vitorioso sem considerar isso.”

Projetos para 2026

Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR) defenderam a união da centro-direita para derrotar Lula nas urnas. Caiado falou em “vencer o processo eleitoral de 2026”. Em São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) disse que, se Tarcísio for candidato, “a centro-direita não lança nenhum outro nome”.

Ciro Nogueira e Antonio Rueda lideram os contatos com Bolsonaro para alinhamento estratégico. A presidência será rotativa, mas enfrenta resistência em estados estratégicos. Há acerto sobre o comando em 18 unidades da federação: nove para cada sigla, seguindo critérios como número de deputados e presença de governador.

ACM Neto garantiu o comando na Bahia; Caiado, em Goiás; Lira, em Alagoas; Davi Alcolumbre, no Amapá; Ciro Nogueira, no Piauí. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ainda estão em negociação.

A criação da federação, gera tensões regionais. Em Pernambuco, Mendonça Filho (União) contesta a entrega do comando ao PP. Na Bahia, deputados do PP resistem à liderança do União, ligado à oposição estadual. No Amazonas, Pauderney Avelino (União) se opõe ao governador Wilson Lima (União). A insatisfação leva parlamentares a cogitarem migração na próxima janela partidária.

Em pelo menos 14 estados, há impasses sobre nomes para 2026. No Paraná, Sergio Moro (União) lidera pesquisas para o governo, mas enfrenta oposição do PP, que apoia a base de Ratinho Júnior (PSD), adversário direto de Moro.

Histórico dos Partidos

União Brasil surgiu em 2021, da fusão entre DEM e PSL. Em 2022, lançou Soraya Thronicke à Presidência, com 0,51% dos votos. Em novembro de 2024, era o sétimo maior partido do país, com 1,09 milhão de filiados.

Podemos, criado como PTN em 1995, tornou-se “Podemos” em 2017. Incorporou PHS (2018) e PSC (2023). Hoje, soma 814 mil filiados. Defende plebiscitos, referendos e reformas liberais. Cogitou federação com o União, mas o plano não avançou por divergências regionais e internas.

Atualmente, três federações estão registradas no TSE. Todas seladas em 2022: PT/PCdoB/PV, PSOL/Rede e PSDB/Cidadania (que já anunciaram o rompimento, mas só devem oficializar em 2026).

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