O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (13) que acompanha a operação da Polícia Federal (PF) contra um assessor do deputado Afonso Motta (PDT-RS). A investigação apura desvios de emendas destinadas a um hospital de Santa Cruz do Sul (RS). O congressista gaúcho não é alvo da operação.
“Os órgãos da Casa estão acompanhando para garantir que tudo seja conduzido da forma mais correta possível”, disse Motta a jornalistas, acrescentando que se reunirá com o deputado do Rio Grande do Sul. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), defendeu mais transparência nas emendas parlamentares e afirmou que a Justiça tem o direito de investigar possíveis crimes com recursos públicos.
INVESTIGAÇÃO
A PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de busca pessoal nesta quinta-feira. A Operação EmendaFest investiga corrupção ativa e passiva e desvios de recursos públicos. A busca pessoal foi realizada contra:
- Cliver André Fiegenbalfm, diretor administrativo e financeiro da Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional do RS);
- Lino Rogério, assessor parlamentar de Afonso Motta.
Celulares e computadores foram apreendidos nas casas dos investigados. Segundo a PF, mensagens revelam que Cliver sugeriu o envio de emendas a um hospital no RS em troca de vantagens indevidas. O gabinete de Afonso Motta destinou ao menos R$ 1 milhão ao hospital, e Lino Rogério supostamente ficaria com cerca de 6% do valor.
Duas emendas, totalizando R$ 426 mil, foram enviadas antes do início das tratativas entre Lino e Cliver. Até o momento, a investigação não aponta envolvimento direto do deputado Afonso Motta. A Justiça determinou o afastamento dos suspeitos.