Escolha de Maria Corina Machado escancara ditadura de Maduro, aliado de Lula
A líder da oposição na Venezuela, Maria Corina Machado, foi anunciada nesta sexta-feira (10) como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, em Oslo.
Corina foi reconhecida por seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e na luta por uma transição pacífica do regime autoritário para a democracia”, segundo o Comitê do Nobel.

Imagem: Leonardo Fernandez Viloria/ Reuter
“Como líder do movimento pela democracia na Venezuela, Maria Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”, afirma o comitê.
“María Corina Machado atende aos três critérios estabelecidos no testamento de Alfred Nobel para a seleção de um laureado com o Prêmio da Paz. Ela uniu a oposição de seu país. Ela nunca vacilou em resistir à militarização da sociedade venezuelana. Ela tem sido firme em seu apoio a uma transição pacífica para a democracia”, destaca o comunicado.
Principal opositora do governo de Nicolás Maduro, María Corina Machado foi presa na Venezuela em janeiro deste ano.
Impedida de disputar as eleições presidenciais de 2024, ela ficou escondida após o governo venezuelano iniciar uma série de perseguições e ameaças.
Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Corina também afirmou que Maduro tinha medo de enfrentá-la “porque sabe que o povo venezuelano está hoje na rua comigo”.
Críticas a Lula
“Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar”, escreveu Corina, referindo-se a Lula nas redes sociais em 6 de março de 2024.
Na época, o presidente havia declarado que não ficou “chorando” ao não poder concorrer em 2018. Preso em Curitiba, Lula indicou Fernando Haddad para disputar as eleições contra Jair Bolsonaro (PL).
“Eu, chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre, em que derrotarei Maduro. Você está validando os abusos de um autocrata que viola a Constituição e o Acordo de Barbados que afirma apoiar”, publicou Corina nas redes sociais.
A candidata da oposição, vencedora das primárias, foi considerada inelegível pela Suprema Corte venezuelana em janeiro daquele ano. A decisão levou os Estados Unidos a restabelecer sanções aos setores de petróleo e gás do país, após acusações de que a medida comprometia o Acordo de Barbados, que previa diálogo político entre o governo de Maduro e a oposição.
Com o prêmio, a venezuelana receberá 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).