O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (16) que o Hamas fez “exigências de última hora”, atrasando a implementação do cessar-fogo acordado para a Faixa de Gaza. Netanyahu destacou que Israel não aceitará o acordo enquanto o grupo terrorista não recuar em suas novas demandas.
A negociação, mediada por Qatar e Egito, prevê inicialmente a libertação de 33 reféns pelo Hamas, priorizando mulheres, idosos e crianças. De acordo com a inteligência israelense, o Hamas ainda mantém cerca de 98 reféns, mas há dúvidas sobre a sobrevivência de parte deles.
Netanyahu enfrenta pressões dentro e fora de Israel. Enquanto a população exige ações rápidas para resgatar os reféns, aliados políticos ameaçam romper caso ele ceda em demasia nas negociações. Um dos impasses envolve a decisão sobre quais prisioneiros do Hamas acusados de assassinato poderão ser libertados em troca dos reféns.
O cessar-fogo foi anunciado na quarta-feira (15) e será implementado em três fases, a partir de 19 de janeiro.
- Libertação de reféns: Os primeiros 33 reféns serão liberados.
- Continuidade das negociações: A partir de 3 de fevereiro, novos termos serão discutidos, incluindo a libertação dos demais reféns.
- Reconstrução de Gaza: Prevê a devolução de corpos das vítimas e a reconstrução da região, com monitoramento da ONU, Egito e Qatar.
O Hamas comemorou o acordo, chamando-o de uma “conquista” para os palestinos e agradecendo ao Qatar e ao Egito pela mediação. Em nota, o grupo pediu à população que aguardasse o início oficial do cessar-fogo antes de se deslocar.
Por outro lado, Israel alertou que o atraso no acordo reflete uma estratégia do Hamas para criar crises e pressionar o governo israelense, em um contexto de prolongada tensão no conflito que já dura mais de um ano.
A implementação do cessar-fogo permanece incerta, com ambas as partes trocando acusações e a comunidade internacional observando atentamente os desdobramentos.