Presos desde abril sob a acusação de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018, Domingos e Chiquinho Brazão continuam recebendo salários dos cofres públicos. Juntos, os dois já somaram mais de R$ 350 mil em remunerações até dezembro de 2024.
Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ) com mandato até 2027, recebeu R$ 95,7 mil líquidos de abril a dezembro, incluindo R$ 9,6 mil de gratificação natalina. Apesar de sua prisão, o gabinete parlamentar continua funcionando com 23 funcionários ativos, gerando um custo mensal de aproximadamente R$ 124 mil em salários. No total, a Câmara destinou mais de R$ 994 mil à sua equipe durante o período, sem contar os pagamentos de dezembro.
Além disso, Chiquinho teve cerca de R$ 27 mil descontados mensalmente por faltas às sessões. A manutenção de seu mandato, segundo o portal Poder360, já custou R$ 1,1 milhão à Câmara desde março.
Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, recebeu R$ 273,3 mil desde abril. Ele continua a acumular vencimentos integrais, mesmo afastado de suas funções.
O ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou em outubro um pedido do União Brasil para cassar o mandato de Chiquinho Brazão. Paralelamente, o Conselho de Ética da Câmara aprovou a recomendação para cassação de seu mandato, mas a decisão ainda depende de votação em plenário.
Em julho, durante videoconferência no Conselho de Ética, Chiquinho negou envolvimento no assassinato de Marielle Franco, afirmando: “A vereadora era minha amiga. Eu não teria qualquer motivo para assassiná-la, porque nós sempre fomos parceiros.”
Enquanto a cassação não é decidida, o deputado mantém o salário, plano de saúde, e direito à moradia funcional, além de comandar um gabinete ativo.