Claudio Dantas
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Inflação recua pela 4ª semana, mas Selic segue firme: o que o Focus desta semana revela?

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O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12/05) trouxe sinais de alívio para a inflação, mas também reforçou o que se desenha como um dos ciclos de juros mais longos da história recente. Mesmo com quatro semanas consecutivas de queda nas projeções para o IPCA, a Selic segue projetada em 14,75% até o fim do ano.

A manutenção de juros elevados, combinada com um câmbio relativamente estável e crescimento modesto, reforça o cenário de cautela e atenção redobrada, tanto para quem investe quanto para as famílias e os empresários que tomam crédito.

Gráfico mostrando a evolução da Taxa Selic
Dados: Economatica | Elaboração: Avantgarde Asset Management

Neste artigo, você vai entender:

  • As principais revisões do Boletim Focus;

  • O que esperar da política monetária nas próximas semanas; e

  • Como juros altos ainda moldam decisões financeiras e de investimento.

Principais revisões do Boletim Focus

Inflação: trajetória de queda continua

A projeção do IPCA para 2025 recuou pela quarta semana seguida, passando de 5,53% para 5,51%. Apesar da melhora, o número ainda está bem acima da meta de 3,00%, o que exige atenção por parte do Banco Central e dos agentes de mercado.

Para os anos seguintes, a expectativa é de que a inflação convergindo para a meta:

  • 2026: 4,50%

  • 2027: 4,00%

  • 2028: 3,80%

Esse cenário, se concretizado, abriria espaço para uma política monetária menos restritiva, com taxas de juros mais baixas – porém ainda estamos bem longe disso.

Selic: fim do ciclo, mas sem cortes à vista

A taxa básica de juros segue projetada em 14,75% para 2025, exatamente o nível em que foi fixada na última reunião do Copom. O mercado não espera mais altas, mas também não conta com cortes relevantes no curto prazo.

As estimativas para os próximos anos são:

  • 2026: 12,50%

  • 2027: 10,50%

Esse perfil reforça que o custo do crédito seguirá alto por mais tempo e que oportunidades em renda fixa continuam interessantes, mas sem esquecer das oportunidades na renda variável!

Copom e cenário internacional: juros continuarão pressionados?

O comunicado da última reunião do Copom trouxe um alerta: o cenário externo continua instável, especialmente com relação à política comercial dos Estados Unidos. A heterogeneidade do impacto inflacionário entre os países dificulta decisões e requer prudência por parte do Banco Central brasileiro.

Nos bastidores do mercado, o consenso é de que o Copom adotará postura vigilante até que haja:

  • Sinais consistentes de queda da inflação corrente; e

  • Redução das expectativas de inflação futuras para dentro das metas.

Enquanto isso, os juros seguem altos, e isso precisa ser levado em conta nas decisões de consumo e investimento (das pessoas e das empresas).

Como isso afeta seus investimentos e decisões financeiras?

Juros altos favorecem a renda fixa

Para quem busca segurança, os títulos atrelados à Selic e ao CDI seguem oferecendo ótimos retornos reais. os prefixados e IPCA+ com vencimentos longos exigem mais cautela, pois são muito sensíveis à expectativa de juros futuros (duration).

Semana passada eu dei uma entrevista em que mostrei a simulação abaixo. Se a taxa de juros realmente cair para 10% ao ano em 2027, quem está comprando Tesouro Prefixado hoje, com essas taxas tão altas, poderá experimentar um retorno de mais de 20% ao ano!

O que acontecerá com o preço do título se daqui a 2 anos a taxa de juros cair para 10%?
Fundamentos do título
   Taxa de compra (% a.a.)13,94%
   Taxa de mercado (DI mesma duration)10,00%
   Valor de face do título (R$)R$ 1.000
   Vencimento (DD/MM/AAAA)01/01/2032
   Data-base da simulação (DD/MM/AAAA)06/05/2027
   Tempo até o vencimento (em anos)4,66
Preço do título
   Preço pago por título (R$)R$ 423,05
   Preço com nova taxa de mercado (R$)R$ 641,36
   Valorização total (R$)R$ 218,31
   Valorização percentual total (%)51,60%
   Taxa de retorno anualizada (%)23,13%

Crédito continua caro

Com a Selic travada em 14,75% e sem perspectiva de corte imediato, empréstimos, financiamentos e rotativo do cartão seguem pesando muito no bolso do consumidor. Evite dívidas caras e renegocie o que for possível!

Investidores: o ciclo pode mudar, mas não será agora

O investidor que estiver atento pode, aos poucos, montar posições em ativos mais voláteis (como prefixados longos e bolsa), mas sempre com visão de longo prazo. A paciência aqui é essencial, pois o ciclo de queda dos juros ainda está no horizonte, não no presente.

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