O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (12/05) trouxe sinais de alívio para a inflação, mas também reforçou o que já se desenha como um dos ciclos de juros mais longos da história recente. Mesmo com quatro semanas consecutivas de queda nas projeções para o IPCA, a Selic segue projetada em 14,75% até o fim do ano.
A manutenção de juros elevados, combinada com um câmbio relativamente estável e crescimento modesto, reforça o cenário de cautela e atenção redobrada, tanto para quem investe quanto para as famílias e os empresários que tomam crédito.

Neste artigo, você vai entender:
As principais revisões do Boletim Focus;
O que esperar da política monetária nas próximas semanas; e
Como juros altos ainda moldam decisões financeiras e de investimento.
Principais revisões do Boletim Focus
Inflação: trajetória de queda continua
A projeção do IPCA para 2025 recuou pela quarta semana seguida, passando de 5,53% para 5,51%. Apesar da melhora, o número ainda está bem acima da meta de 3,00%, o que exige atenção por parte do Banco Central e dos agentes de mercado.
Para os anos seguintes, a expectativa é de que a inflação vá convergindo para a meta:
2026: 4,50%
2027: 4,00%
2028: 3,80%
Esse cenário, se concretizado, abriria espaço para uma política monetária menos restritiva, com taxas de juros mais baixas – porém ainda estamos bem longe disso.
Selic: fim do ciclo, mas sem cortes à vista
A taxa básica de juros segue projetada em 14,75% para 2025, exatamente o nível em que foi fixada na última reunião do Copom. O mercado não espera mais altas, mas também não conta com cortes relevantes no curto prazo.
As estimativas para os próximos anos são:
2026: 12,50%
2027: 10,50%
Esse perfil reforça que o custo do crédito seguirá alto por mais tempo e que oportunidades em renda fixa continuam interessantes, mas sem esquecer das oportunidades na renda variável!
Copom e cenário internacional: juros continuarão pressionados?
O comunicado da última reunião do Copom trouxe um alerta: o cenário externo continua instável, especialmente com relação à política comercial dos Estados Unidos. A heterogeneidade do impacto inflacionário entre os países dificulta decisões e requer prudência por parte do Banco Central brasileiro.
Nos bastidores do mercado, o consenso é de que o Copom adotará postura vigilante até que haja:
Sinais consistentes de queda da inflação corrente; e
Redução das expectativas de inflação futuras para dentro das metas.
Enquanto isso, os juros seguem altos, e isso precisa ser levado em conta nas decisões de consumo e investimento (das pessoas e das empresas).
Como isso afeta seus investimentos e decisões financeiras?
Juros altos favorecem a renda fixa
Para quem busca segurança, os títulos atrelados à Selic e ao CDI seguem oferecendo ótimos retornos reais. Já os prefixados e IPCA+ com vencimentos longos exigem mais cautela, pois são muito sensíveis à expectativa de juros futuros (duration).
Semana passada eu dei uma entrevista em que mostrei a simulação abaixo. Se a taxa de juros realmente cair para 10% ao ano em 2027, quem está comprando Tesouro Prefixado hoje, com essas taxas tão altas, poderá experimentar um retorno de mais de 20% ao ano!
O que acontecerá com o preço do título se daqui a 2 anos a taxa de juros cair para 10%? | |
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Fundamentos do título | |
Taxa de compra (% a.a.) | 13,94% |
Taxa de mercado (DI mesma duration) | 10,00% |
Valor de face do título (R$) | R$ 1.000 |
Vencimento (DD/MM/AAAA) | 01/01/2032 |
Data-base da simulação (DD/MM/AAAA) | 06/05/2027 |
Tempo até o vencimento (em anos) | 4,66 |
Preço do título | |
Preço pago por título (R$) | R$ 423,05 |
Preço com nova taxa de mercado (R$) | R$ 641,36 |
Valorização total (R$) | R$ 218,31 |
Valorização percentual total (%) | 51,60% |
Taxa de retorno anualizada (%) | 23,13% |
Crédito continua caro
Com a Selic travada em 14,75% e sem perspectiva de corte imediato, empréstimos, financiamentos e rotativo do cartão seguem pesando muito no bolso do consumidor. Evite dívidas caras e renegocie o que for possível!
Investidores: o ciclo pode mudar, mas não será agora
O investidor que estiver atento pode, aos poucos, montar posições em ativos mais voláteis (como prefixados longos e bolsa), mas sempre com visão de longo prazo. A paciência aqui é essencial, pois o ciclo de queda dos juros ainda está no horizonte, não no presente.
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