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Impacto da volta de Trump: dólar, deportações e STF no radar

Donald Trump reassumiu a presidência dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), marcando seu retorno à Casa Branca com um ambicioso pacote de medidas. O republicano já trabalha para implementar mais de 100 ações executivas, muitas com potencial de impactar o Brasil diretamente.

Entre as principais políticas anunciadas, destacam-se tarifas comerciais, mudanças na política ambiental e possíveis efeitos no câmbio global. Trump, que vê tarifas como “a palavra mais bonita do dicionário”, planeja impor taxas de até 25% sobre produtos estrangeiros, incluindo os do México e Canadá. Embora não esteja claro se o Brasil será diretamente afetado, o simples anúncio dessas medidas já elevou a volatilidade do câmbio, enfraquecendo ainda mais o real frente ao dólar.

Com o fortalecimento do dólar e a imposição de barreiras comerciais, o governo petista enfrenta desafios significativos, mas também oportunidades de alinhamento com um governo americano que prioriza interesses nacionais de forma assertiva.

Deportação em massa

Trump voltou à presidência com a promessa de realizar as maiores deportações em massa da história recente. Durante a campanha, ele reafirmou o compromisso de expulsar pelo menos 1 milhão de imigrantes indocumentados por ano, priorizando aqueles com histórico criminal ou ordens de deportação pendentes.

Entre os responsáveis pela execução dessa política, destaca-se Tom Homan, arquiteto da polêmica separação de famílias imigrantes durante o primeiro mandato de Trump, agora no posto de “czar da fronteira”. Além disso, Stephen Miller, conhecido por sua linha dura contra a imigração, assumiu um papel estratégico na vice chefia de gabinete.

Segundo o ICE (Imigração e Fiscalização Alfandegária), há 1,5 milhão de pessoas com ordens de deportação ativas, incluindo 38.677 brasileiros. Caso Trump concretize essas expulsões, apenas no primeiro ano de mandato ele poderá deportar quatro vezes mais brasileiros do que Joe Biden conseguiu em quatro anos.

Embora brasileiros não sejam o principal alvo, países da América Latina, como México, Guatemala e Honduras, têm mais de 250 mil cidadãos com ordens de deportação, tornando-os os focos iniciais das ações de Trump. Mesmo assim, o impacto pode ser significativo em locais como Governador Valadares (MG), que envia grande número de migrantes aos EUA.

As deportações prometem causar instabilidade econômica em países que dependem das remessas de imigrantes. Em El Salvador e Honduras, por exemplo, essas transferências representam 15% do PIB. No Brasil, o impacto macroeconômico é menor, mas ainda relevante em comunidades específicas.

Fechado com a liberdade

O novo presidente também deve marcar uma virada na regulação das redes sociais, com forte apoio dos bilionários Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), e Mark Zuckerberg, CEO da Meta. Essa aliança promete uma forte oposição às políticas defendidas pelo governo Lula e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2023, a tensão entre Musk e o STF culminou na suspensão temporária do X no Brasil. Após cumprir decisões judiciais, Musk criticou o que chamou de “violações da liberdade de expressão” e passou a alinhar seu discurso com o trumpismo. Mark Zuckerberg também adotou postura semelhante, ampliando a pressão contra regulações impostas por Alexandre de Moraes e outros ministros do Supremo.

Trumpistas influentes, como Marco Rubio, agora indicado como secretário de Estado, acusaram Moraes de abuso de poder em uma carta ao Departamento de Estado. A medida, que busca até mesmo o cancelamento de vistos de ministros do STF, foi ignorada por Joe Biden, mas está em análise no governo Trump, segundo fontes.

Durante a posse de Trump, espera-se a presença de Musk, Zuckerberg e Shou Zi Chew, CEO do TikTok. Essa união simboliza uma nova frente contra regulações que, na visão do círculo republicano, ameaçam a liberdade de expressão, como exemplificado pelo bloqueio do X no Brasil.

O impacto das decisões de Trump sobre redes sociais pode ser global, colocando o Brasil e o STF no centro do debate sobre os limites da liberdade digital e da soberania das plataformas tecnológicas no mundo democrático.

Com essa aliança poderosa entre tecnologia e política, Trump reafirma sua posição de líder que defende os valores da liberdade de expressão, enquanto busca redefinir as regras do jogo em democracias do Ocidente.

 

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Redação

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