Aliados do presidente Lula (PT) temem a crescente influência da direita no Senado e a falta de parlamentares dispostos a defender o governo. Com o PL ampliando sua presença e mirando 2026, a base governista se mostra desorganizada e pouco combativa.
Interlocutores do governo avaliam que a ausência de senadores petistas licenciados para assumir ministérios enfraqueceu a articulação política. Suplentes como Margareth Buzetti (PSD-MT) e Jussara Lima (PSD-PI) não seguem fielmente a agenda do Planalto, enquanto Ana Paula Lobato (PDT-MA), que substituiu Flávio Dino, tem atuação discreta.
Diante desse cenário, há quem defenda o retorno de senadores licenciados, como Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Carlos Fávaro (Agricultura), Renan Filho (Transportes) e Camilo Santana (Educação). No entanto, Lula resiste a mudanças amplas na Esplanada, especialmente no caso de Renan e Camilo, considerados bem avaliados em suas pastas.
A reforma ministerial pode acomodar lideranças do Congresso, como Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforçando o pragmatismo de Lula. A articulação, no entanto, enfrenta resistência dentro do PSD, que quer manter Fávaro no governo para evitar que Lira assuma sua vaga.
Com o Senado se tornando um campo cada vez mais favorável à oposição, a inércia do governo pode custar caro nas eleições de 2026.