O Ministério da Fazenda reduziu a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2025, passando de 2,5% para 2,3%. O ajuste foi anunciado nesta quinta-feira (13) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) no relatório “2024 em retrospectiva e o que esperar para 2025”.
O governo Lula celebrou o crescimento acima do esperado em 2024, ressaltando que as projeções iniciais apontavam para uma alta de apenas 1,5%. No entanto, ao longo do ano, as estimativas foram sendo revisadas para cima, chegando a 3,5% em dezembro, impulsionadas pelo desempenho de setores cíclicos, crédito e mercado de trabalho. Agora, Lula volta atrás, arrependido do que falou.
No quarto trimestre de 2024, a taxa de desemprego atingiu 6,2%, o menor nível desde 2012. Já o rendimento real dos brasileiros registrou alta de 3,7% no ano passado. A SPE destacou o crescimento do consumo e dos investimentos, mas alertou para uma desaceleração em 2025.
Entre os principais fatores para a retração da economia está o ciclo de juros elevados. O Banco Central elevou a taxa Selic para 13,25% em janeiro e já sinalizou um novo aumento para 14,25% em março. As projeções do mercado indicam que a taxa pode chegar a 15% ao longo do ano, o maior patamar desde 2006.
A política monetária contracionista tem como objetivo conter a inflação, que fechou 2024 em 4,56% no acumulado de 12 meses, acima da meta de 3% e do teto permitido de 4,5%. O Banco Central já indicou que poderá descumprir a meta inflacionária até junho.
Ministério da Fazenda
O Ministério da Fazenda reconheceu que setores dependentes de crédito serão impactados pela alta do juros, além de prever redução no crescimento da massa salarial e nas transferências de renda. A pasta minimizou o impacto de eventuais tarifas de importação sobre ferro, aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos, destacando que esses produtos representaram apenas 1,9% das exportações totais do Brasil em 2024.
Apesar do cenário de desaceleração, a Fazenda afirmou que espera estabilidade na inflação para 2025, com variação semelhante à de 2024. Os números, porém, dizem o contrário.
Confira o relatório na íntegra: