A Leiaute, empresa de Sidônio Palmeira, recebeu R$ 301 milhões do governo da Bahia nos últimos quatro anos durante as gestões de Rui Costa e Jerônimo Rodrigues. O marqueteiro, que substituiu Paulo Pimenta no comando da Secom da Presidência, disse ao UOL que ficou com apenas 15% do valor (R$ 45 milhões) e que o restante foi destinado a emissoras de rádio e televisão, além de mídia imprensa e digital. Além dos contratos estaduais, outra empresa de Sidônio, a Nordx Estratégia e Criatividade, recebeu R$ 2,2 milhões do diretório nacional do PT em 2024. Durante a campanha presidencial de 2022, a chapa de Luiz Inácio Lula da Silva pagou R$ 37,9 milhões à Nordx por serviços de marketing — o dinheiro saiu do fundo eleitoral.
A relação de Sidônio com o PT começou em 2006, logo após o escândalo do mensalão, quando Jaques Wagner assumiu o governo do Estado. Desde então, a Leiaute se consolidou como a principal responsável pela publicidade do governo estadual. Em 2020, a empresa firmou contrato emergencial — sem licitação — no valor de R$ 35 milhões. Em 2021, após licitação, a Leiaute assinou novo contrato, de R$ 142 milhões anuais, prorrogado até fevereiro do ano passado e que totalizou R$ 177 milhões anuais. Em novembro de 2023, uma nova licitação resultou em mais um contrato de R$ 15 milhões para a Leiaute atuar na comunicação digital do governo. O valor foi dividido entre três agências e também foi prorrogado.
Sidônio disse ao portal que todas as contratações seguiram processos públicos, “com total transparência e aval da Procuradoria-Geral do Estado da Bahia”. Sua agência, porém, já foi alvo de investigações em governos aliados ao PT. “Em uma ação civil movida contra a Leiaute, o Ministério Público da Bahia concluiu o processo após Sidônio aceitar pagar multa de R$ 306 mil e implementar políticas de ética e compliance na empresa.