O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira (4) que pode deixar o cargo na Câmara de forma definitiva. Atualmente afastado por 120 dias, o parlamentar está nos Estados Unidos e diz que sua atuação no país é mais relevante no momento.
“Decidimos ficar aqui nos Estados Unidos por tempo indeterminado. Consegui, né, entrei com uma licença de 120 dias no Congresso para ver como vai ficar, né, pra segurar mais 120 dias, mas, se for necessário, eu vou ter que abdicar do meu cargo de deputado federal”, declarou em entrevista à rádio Auriverde.
Eduardo anunciou sua estadia nos EUA em 18 de março, alegando temer que seu passaporte fosse apreendido e que pudesse ser alvo de prisão ao retornar ao Brasil. Ele tem sido um dos principais articuladores da direita brasileira no exterior e mantém contato com aliados do ex-presidente norte-americano Donald Trump.
A bancada do PT na Câmara acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado, acusando-o de atuar “contra os interesses nacionais” e de tentar “constranger o STF”. No entanto, no mesmo dia do pedido, PGR e STF arquivaram a solicitação.
Eduardo era cotado para presidir a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden) da Câmara, mas sua licença temporária e sua permanência nos EUA alteraram o cenário. Petistas alegavam que, caso assumisse a comissão, ele poderia instrumentalizá-la para favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro e dificultar a diplomacia do governo Lula.