Claudio Dantas
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Ditadura de Maduro celebra eleição sob denúncias de fraude e repressão

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Em meio a acusações de fraude, boicote e perseguição a dissidentes, o regime chavista de Nicolás Maduro afirmou nesta segunda-feira (26) ter saído vitorioso nas eleições regionais e legislativas realizadas no domingo (25) na Venezuela.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo regime, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Maduro, teria recebido cerca de 84% dos votos para a formação da nova Assembleia Nacional, além de ter vencido 23 das 24 disputas para governadores. O chavismo, no entanto, é acusado de manipular o processo eleitoral, perseguir opositores e impedir uma participação livre e justa.

Durante um evento em Caracas, Maduro celebrou o suposto resultado.

Após bloqueios, sanções criminosas, fascismo e violência, hoje a Revolução Bolivariana se mostrou mais forte e viva do que nunca. Hoje demonstramos a força do chavismo, do bolivarianismo do século 21”, disse o ditador.

Mais de 21 milhões de venezuelanos foram convocados às urnas para escolher 285 deputados e 24 governadores, mas a participação foi oficialmente estimada em 42,6%, número contestado por opositores e contradito por imagens de seções eleitorais vazias, registradas por agências internacionais. A líder opositora María Corina Machado afirmou no domingo que “mais de 85% dos venezuelanos não votaram”, reforçando o chamado à abstenção como forma de protesto contra o regime.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coalizão antichavista, também rejeitou as eleições e não registrou candidatos. Corina Machado chegou a convocar os cidadãos a ficarem em casa, classificando o pleito como “mais uma farsa”.

O processo eleitoral ocorreu menos de um ano após a controversa eleição presidencial de 2024, também marcada por acusações de fraude e intimidação, que terminou com o CNE proclamando Maduro como vencedor. Desde então, o regime chavista não apresentou dados detalhados sobre a votação, e o Tribunal Supremo de Justiça referendou o resultado sem transparência.

A repressão aos protestos que se seguiram à última eleição resultou em 28 mortes e mais de 2.400 prisões. Boa parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, se absteve de reconhecer a vitória de Maduro.

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