A violência e a anarquia dominam a Grande Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Moradores denunciam a cobrança de taxas impostas pelo Comando Vermelho, que tomou territórios antes sob controle da milícia ou livres do crime organizado. O chamado “pedágio” para estacionar e a “Taxa de Barricada” são algumas das formas de extorsão impostas pelos traficantes.
A Rua Araticum, no bairro Anil, tornou-se símbolo desse caos. Antes pacata, agora é conhecida como “Rua da Morte”, após uma onda de assassinatos. Em 2023, 15 pessoas foram mortas na região, segundo o Instituto Fogo Cruzado, colocando a via entre as mais violentas da cidade.
Os criminosos impõem taxas sobre serviços essenciais como água, luz, gás e internet. Quem se recusa a pagar, é ameaçado ou expulso de casa. “Mandou ‘nós’ tomar a casa, botou a mulher pra ralar”, revela um dos áudios interceptados pela polícia, demonstrando a brutalidade com que os bandidos agem.
A situação é reflexo da inércia do governo, que falha em garantir segurança para os cidadãos e permite o crescimento do crime organizado. Com mais dinheiro circulando, os traficantes ampliam o arsenal, comprando fuzis e munição de uso restrito. Conversas interceptadas mostram o comércio ilegal de armas com integrantes da facção no Complexo da Penha.
O governo estadual alega que a violência foi “estancada”, mas moradores relatam que a dominação do crime só se intensifica. Sem presença efetiva do Estado, a população segue refém de um sistema paralelo de terror e extorsão, onde o cidadão comum é obrigado a pagar para viver.
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