“A sociedade custeia o ensino superior das universidades públicas, mas a universidade não tem retorno disso porque agora não são os melhores, os mais preparados selecionados. São aquelas pessoas que entraram em determinadas cotas. Essa cota trans é mais uma cota que não ajuda em nada, desperta raiva nas pessoas porque não é uma questão apenas de inteligência, é uma questão de disciplina”, afirmou Lucy.
A cientista política argumentou que o modelo de cotas ignora o esforço e a disciplina necessários para alcançar a aprovação em vestibulares das universidades públicas. Ela destacou que a questão vai além da inteligência ou preparação, envolvendo a dedicação pessoal.
“Por que cargas d’água o trans tem o direito de ser menos disciplinado do que um não trans? O negro tem o direito de ser menos disciplinado do que o branco?”, indagou. “Não é possível. Isso gera revolta, sim”.
Lucy também relatou sua experiência pessoal ao ingressar na Universidade de Brasília (UnB) no 1º vestibular a oferecer cotas para negros, questionando a continuidade dessa medida, que deveria ser transitória. “Até quando essas cotas vão funcionar? Eu passei aqui na Universidade de Brasília, eu fiz ciência política no 1º vestibular em que teve cota pra negro e até hoje a cota existe. É transitório? Não é?”, questionou a cientista política.
“Até quando vai essa suposta dívida histórica? E o que isso influenciou? Vamos analisar. O que isso ajudou de fato? Nós temos mais negros ocupando posições estratégicas? Ou até que ponto isso auxiliou os negros ricos a entrarem em determinados cursos?”, completou.
A cientista política também defendeu a necessidade de um debate mais amplo sobre o financiamento das universidades públicas, uma vez que elas são sustentadas com dinheiro dos contribuintes.
Segundo ela, esse debate é fundamental, já que a universidade pública não se equipara a um modelo de ensino privado e, portanto, deve prestar contas à sociedade. “Por que a gente tem que custear essa agenda woke com dinheiro público?”, questionou. “Eu não concordo. Eu não acho que devemos aceitar mais, está errado”.
Lucy também criticou o modelo atual das universidades públicas, dizendo que, em sua opinião, elas não deveriam existir como são hoje. “Eu acho que o Estado deveria custear uma parte da mensalidade para algumas pessoas com menos capacidade de pagar o seu ensino superior. Então, hoje, do jeito que está, já é errado na essência”, afirmou.
A cientista política sugeriu que, se o objetivo é diminuir as desigualdades sociais, a solução deve começar na educação básica.
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