O Comitê de Política Monetária (Copom) deve anunciar nesta quarta-feira (29) a elevação da taxa Selic para 13,25% ao ano, com alta de 1 ponto percentual. A medida, amplamente esperada pelo mercado, visa conter a inflação que permanece acima do teto da meta estabelecida. Essa será a primeira reunião do Copom com Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central, após sua indicação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Banco Central já havia sinalizado, em dezembro, a necessidade de ao menos duas altas consecutivas de 1 ponto percentual, com a Selic alcançando 14,25% em março. O Boletim Focus aponta que a taxa pode encerrar 2025 em até 15%, o maior nível desde 2006, embora algumas projeções, como a da XP Investimentos, sugiram até 15,50%.

A decisão de aumentar os juros reflete a tentativa de controlar a inflação, que fechou 2024 acima do limite de 4,5% e deve permanecer elevada no primeiro semestre de 2025. O Banco Central tem a meta de trazer a inflação ao centro de 3%, mas enfrenta o desafio de equilibrar os custos econômicos e sociais de uma política monetária mais rígida.

A liderança de Gabriel Galípolo, que assumiu o cargo com desconfiança inicial do mercado devido à proximidade com Lula e às críticas do presidente ao crédito caro, será testada nesta reunião.

Além de Galípolo, outros três diretores indicados por Lula passam a integrar o colegiado do Copom, conferindo ao petista maioria na composição do órgão.