O polêmico repasse de R$ 1,27 milhão para bancar uma feira do MST será alvo de análise da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (29). Após requerimento da deputada Adriana Ventura (Novo), o Tribunal de Contas da União realizou uma auditoria que identificou lacunas no Portal da Transparência que dificultam a análise do caso e levantam suspeitas sobre direcionamento.
O dinheiro foi repassado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) à empresa AMBP Promoções e Eventos Empresariais, responsável pela organização da IV Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelos sem-terra em 2023, no Parque Água Branca em São Paulo. O evento acabou virando um palanque político.
Segundo o TCU, a contratação apresentou graves falhas de planejamento, como a ausência de estudos técnicos que justificassem as quantidades estimadas, baseadas apenas em projeções da Casa Brasileira de Pesquisa e Cooperação. A auditoria identificou ainda irregularidades nos aditamentos do contrato, com alertas da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o envolvimento de entidades previamente beneficiadas em feiras similares, gerando questionamentos sobre a lisura do processo.
O Tribunal recomendou maior rigor no planejamento e transparência nas pesquisas de preços, buscando evitar novos desvios.