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Cardeais nomeados por Francisco são maioria no próximo conclave

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Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira, 21, o cenário da sucessão na Igreja Católica será definido por um colégio cardinalício amplamente moldado pelo pontífice argentino. Dos 252 cardeais em atividade desde o último consistório, realizado em 7 de dezembro, 136 estão aptos a votar no conclave, e 108 deles foram escolhidos por Francisco. Na prática, apenas dois em cada 10 eleitores não devem seu título ao pontificado encerrado nesta semana.

Desde 2013, Francisco promoveu dez consistórios e nomeou 150 cardeais, redefinindo o perfil do colégio eleitoral da Igreja. Do total de eleitores atuais, 23 foram nomeados por Bento XVI e apenas cinco por João Paulo II. A regra, estabelecida por Paulo VI em 1970, permite que apenas cardeais com menos de 80 anos participem da eleição do novo papa.

Em 2013, a Europa concentrava 56% dos eleitores; hoje, detém apenas 39% (53 cardeais), embora alguns desses atuem fora do continente. A América tem 37 votantes (sendo 17 da América do Sul), a Ásia conta com 24, a África com 18 e a Oceania com quatro. A diversidade geográfica é reflexo direto da estratégia de Francisco de dar maior voz a regiões tradicionalmente menos influentes no Vaticano.

No último consistório, realizado em dezembro de 2023, foram nomeados 11 cardeais europeus (cinco deles italianos), seis americanos (cinco sul-americanos), três asiáticos e um africano. Francisco também desconsiderou o limite informal de 120 cardeais eleitores, fixado por Paulo VI, e ampliou o colégio, mesmo sabendo que parte deles deixaria de votar ao completar 80 anos, só em 2024, 15 cardeais atingiram essa idade.

Entre os sete cardeais brasileiros com direito a voto no próximo conclave, cinco foram nomeados por Francisco:

João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada (Bento XVI)
Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo (Bento XVI)
Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (Francisco)
Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (Francisco)
Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador (Francisco)
Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília (Francisco)
Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB e do Celam (Francisco)

O único cardeal brasileiro não-eleitor é Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida, criado por Bento XVI.

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