O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), reagiu com firmeza às acusações divulgadas pelo Ministério da Justiça sobre a suposta ligação de postos de combustíveis goianos com o crime organizado. Em resposta à ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), Caiado classificou a ação como uma tentativa política de atingir opositores.
“A divulgação de dados falsos sobre Goiás não passa de um tiro político contra o estado que tem denunciado o acovardamento do Governo Federal no combate às facções”, afirmou.
O governador responsabilizou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governos do PT pela expansão das organizações criminosas no país.
“Quem tem um histórico de conivência com o crime organizado é o presidente Lula e os governos do PT”, disse.
Para ele, Gleisi age com “memória seletiva” ao criticá-lo. Caiado destacou que, em quase dois anos e meio de governo, não há registro de ações federais relevantes contra os principais núcleos do crime organizado.
“Lula promove a transição do Brasil de uma democracia para um estado de criminocracia”, afirmou, alertando que o avanço das facções compromete a estabilidade social, econômica e institucional do país.
Sobre os dados apresentados pelo governo federal em relação a Goiás, o governador disse que a narrativa serve apenas para retaliar adversários políticos.
“Tenho denunciado publicamente o avanço do crime organizado na economia do país, inclusive no setor de usinas e postos de combustíveis. E o Governo Federal nunca fez nada”, disse.
Segundo ele, em Goiás, a criminalidade caiu quase 90% desde 2019.
Caiado também criticou duramente o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) defendido por Gleisi Hoffmann, afirmando que o modelo centraliza poder nas mãos do governo petista e enfraquece o enfrentamento às facções.
“Só tem o objetivo de concentrar mais poder nas mãos do petismo e propõe que a polícia enfrente faccionados com flores”, ironizou.
Contrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que unifica os órgãos de segurança, Caiado afirma que o projeto compromete a autonomia dos estados e transfere recursos para uma gestão federal ineficiente.
“Enquanto no Brasil quase 80% das pessoas indicam a violência e o crime organizado como principal problema do país, em Goiás, ao contrário, a segurança pública tem aprovação acima de 70%”, frisou.
A polêmica teve origem em uma reportagem da Folha de S. Paulo, baseada em dados do Ministério da Justiça, que apontava a existência de 163 postos de combustíveis supostamente controlados por facções em Goiás. No entanto, as forças de segurança locais, incluindo a Polícia Federal no estado, desconhecem esses números. Há investigações em curso sobre apenas 26 estabelecimentos: 22 por sonegação fiscal e quatro com indícios de ligação ao crime organizado.