O BRB (Banco de Brasília) e o Banco Master solicitaram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a aprovação integral e em rito sumário da operação anunciada em março. Pelo acordo, o BRB comprará 58% das ações do Banco Master, controlado por Daniel Vorcaro. O negócio ainda precisa do aval do Cade e do Banco Central.
As instituições afirmam que a fusão não compromete a concorrência, pois a fatia conjunta no mercado seguirá abaixo de 20%. Também alegam que a operação não gera concentração de mercado nem posição dominante.
Parte das empresas ligadas ao grupo Master será separada e transferida para uma nova companhia, a Master Serviços, que ficará sob controle exclusivo de Vorcaro. A separação envolve nomes como Banco Master de Investimento, KOVR, Master Patrimonial, Mombaça Empreendimentos e Participações, NK 031 e Santa Ester.
O Cade já enviou questionamentos ao BRB e ao Master sobre pontos específicos, como a atuação no setor de arranjos de pagamento e os papéis desempenhados — se como instituidores, emissores ou credenciadores.
A análise do processo está nas mãos da Superintendência-Geral do Cade, que pode autorizar o negócio se não identificar riscos. Se o parecer recomendar a aprovação sem ressalvas, a decisão tende a ser final. No entanto, qualquer conselheiro pode levar o caso ao tribunal da autarquia se discordar.
Se forem detectados problemas concorrenciais, o caso segue para deliberação dos conselheiros em sessão pública. Casos simples são avaliados em até 30 dias. Já atos mais complexos, classificados como ordinários, têm prazo de até 240 dias, podendo ser prorrogado com justificativa.
O Cade avalia fatores como participação de mercado e a intensidade da concorrência entre as empresas envolvidas.
O Banco Central, por sua vez, analisa a viabilidade econômica da operação, com atenção especial à parte do Master que ficará fora do negócio — ponto que tem gerado incerteza no mercado.