O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou, nesta terça-feira (2), a condução diplomática do governo Lula diante da imposição de novas tarifas dos Estados Unidos ao aço brasileiro. Em publicação na rede X, Bolsonaro relembrou a atuação de sua gestão em 2019, quando Donald Trump ameaçou sobretaxar o aço nacional, e afirmou que, na época, seu governo conseguiu reverter a medida sem crise diplomática.
“No dia 2 de dezembro de 2019, o Presidente Trump anunciou a intenção de sobretaxar o aço brasileiro, impondo novas tarifas que poderiam prejudicar nossa economia. Naquele momento, mantivemos a serenidade e agimos com responsabilidade, sem ceder ao alarmismo da imprensa e sem transformar o episódio em uma crise diplomática”, declarou.
Bolsonaro disse que, diante da ameaça de Trump, sua assessoria internacional elaborou um estudo detalhado e, poucos dias depois, ele conversou diretamente com o então presidente dos EUA.
“O resultado? Apenas 18 dias depois, em 20 de dezembro, Trump se comprometeu a não taxar o nosso aço. Essa conquista demonstrou que uma política externa bem conduzida, com os pés no chão e voltada para os interesses nacionais, é capaz de gerar resultados concretos”, afirmou.
Na publicação, Bolsonaro criticou a postura do governo Lula, alegando que a diplomacia brasileira perdeu credibilidade no cenário internacional.
“Hoje, Lula enfrenta a mesma situação, mas sem qualquer canal aberto para defender os interesses do Brasil. Desde que assumiu, ele vem destruindo a credibilidade do Brasil no cenário internacional”, escreveu.
O ex-presidente também mencionou sua atuação na revogação de restrições ao aço brasileiro durante o governo Biden.
“Em 2022, um mês após minha primeira reunião bilateral com Biden, conseguimos a revogação total de outras medidas restritivas contra o nosso aço. A revogação que conseguimos na época foi exclusiva para o Brasil, enquanto as restrições seguiram valendo para outros países”, explicou.
Ao final da publicação, Bolsonaro sugeriu que a falta de interlocução do atual governo com os principais parceiros comerciais do Brasil prejudica setores estratégicos da economia.
“Se Lula não atrapalhar ainda mais, estou à disposição para receber os produtores de aço e auxiliar no que for possível para reverter essa situação”, concluiu.