A Argentina alcançou um superávit comercial de US$ 18,9 bilhões em 2024, o maior desde 2009, segundo o Instituto Nacional de Estatística (Indec). O resultado reflete uma queda de 17,5% nas importações, que somaram US$ 60,8 bilhões, e um aumento de 19,4% nas exportações, totalizando US$ 79,7 bilhões.
O crescimento das exportações foi impulsionado pelos produtos primários, com alta de 27%, e pelas manufaturas agrícolas, que subiram 24%. O Brasil manteve-se como principal parceiro comercial, absorvendo 17,1% das exportações argentinas e sendo a origem de 23,6% das importações. Estados Unidos e Chile aparecem como os principais destinos seguintes.
A desvalorização cambial e a recessão econômica foram fatores-chave para o superávit, segundo o Centro de Economia Política da Argentina (Cepa). Economistas apontam que a contração econômica, ao reduzir o consumo e as importações, foi determinante para o resultado.
O governo Javier Milei também registrou avanços fiscais e econômicos em 2024, como a redução da inflação de 211% para 117% e o primeiro superávit fiscal em 14 anos. No entanto, os indicadores positivos foram acompanhados por um aumento no desemprego e na pobreza, que superou 50% no primeiro semestre, embora tenha apresentado ligeira queda nos meses finais de 2024.
O superávit histórico marca uma recuperação em relação ao déficit de US$ 6,9 bilhões registrado em 2023, mas levanta preocupações sobre o impacto social da política de ajustes econômicos.