O advogado Celso Vilardi, criminalista de São Paulo, foi contratado para integrar a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Vilardi afirma que não há elementos suficientes na investigação da Polícia Federal (PF) sobre suposta tentativa de golpe de Estado para justificar uma denúncia contra Bolsonaro.
Bolsonaro foi indiciado pela PF por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa o relatório final, que tem 884 páginas, para decidir se apresentará denúncia.
Vilardi também classificou a investigação como “enviesada”. Segundo ele, a apuração buscou incriminar o ex-presidente, mas carece de provas para sustentar uma acusação. “Estou convencido de que ele não praticou crime algum”, afirmou à CNN.
O advogado também se posicionou sobre os atos de 8 de janeiro, negando a responsabilidade de Bolsonaro. “Não sou radical. Assinei manifestos pela democracia e não considero 8 de janeiro um ‘domingo no parque’. Mas não vi qualquer participação direta do ex-presidente nesses atos”, disse.
De acordo com o relatório, Bolsonaro seria o líder de um grupo de 37 pessoas que planejou manter o poder após a derrota eleitoral em 2022. A PF aponta que ele “planejou, atuou e teve domínio direto e efetivo” na organização criminosa, além de ter “plena consciência” de atos que buscavam abolir o Estado de Direito.
O documento menciona um plano golpista intitulado “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía a morte de Lula e Geraldo Alckmin para extinguir a chapa vencedora das eleições. A investigação também identificou a existência de um plano de fuga caso a tentativa de golpe falhasse.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
Vilardi se junta a Paulo Bueno na defesa de Bolsonaro, atuando em processos sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado possui vasta experiência em casos de grande repercussão nacional, como as operações Lava Jato e Mensalão.
“Me sinto confortável porque procuro atuar de forma equilibrada, sem polarizações ideológicas. Meu objetivo é garantir um julgamento justo”, afirmou Vilardi.
A CNN procurou a Polícia Federal e aguarda um posicionamento.