(self.SWG_BASIC = self.SWG_BASIC || []).push( basicSubscriptions => { basicSubscriptions.init({ type: "NewsArticle", isPartOfType: ["Product"], isPartOfProductId: "CAowyZvaCw:openaccess", clientOptions: { theme: "light", lang: "pt-BR" }, }); });
28.5 C
Brasília

A ‘estrada do amor’ que está rasgando a Amazônia para a COP-30

Publicado em:

Com apoio de Lula, a gestão de Helder Barbalho está construindo uma rodovia de 13km e quatro faixas de rolamento, entre o aeroporto e o centro de Belém. A capital paraense abrigará a COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), em novembro, e a estrada faz parte do conjunto de obras estruturantes para o evento.

Apesar da necessidade logística, considerando a expectativa de chegada de 50 mil pessoas – incluindo líderes mundiais -, o impacto ambiental é notável, o que torna o evento em si um contrassenso. Pilhas de toras de madeira ocupam o acostamento da área já desmatada,  enquanto máquinas pesadas aterram terrenos úmidos para a pavimentação.

Segundo ambientalistas, a rodovia cortará duas áreas protegidas, impactando a fauna local e fragmentando o ecossistema. Em reportagem da BBC, Claudio Verequete, que morava a poucos metros do local da construção e sustentava sua família com a colheita de açaí, diz que perdeu sua principal fonte de renda:

Tudo foi destruído. Nossa colheita já foi derrubada. Não temos mais essa renda para sustentar a família.”

Ele diz temer que a abertura da estrada incentive mais desmatamento e especulação imobiliária, forçando a saída de comunidades tradicionais. A via também dificultará a mobilidade local. Apesar de passar por áreas habitadas, os moradores não terão acesso à estrada, cercada por muros dos dois lados. “Os benefícios vão ser para os caminhões. Se alguém ficar doente e precisar ir até Belém, não vai conseguir usar a estrada”, questiona.

Também ouvida pela BBC, a veterinária Silvia Sardinha, especializada em vida selvagem, explica que a estrada reduzirá os espaços onde os animais podem viver e se reproduzir. “Desde o momento do desmatamento, há uma perda. Animais terrestres não poderão mais atravessar, comprometendo a biodiversidade.” Segundo ela, “essas conversas acontecem entre empresários e autoridades, mas quem vive na Amazônia está sendo ignorado.

Era melhor trocar a COP por um cassino. Faria mais sentido.

Mais recentes

Checagem de fatos