Uma semana após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que os ataques de 8 de janeiro foram “programados pela esquerda” e que os manifestantes presos são “pobres coitados”. A declaração foi dada durante entrevista ao jornalista Léo Dias nesta terça-feira (25).

Bolsonaro apontou como suposta evidência de armação a ausência de imagens dos momentos exatos da invasão.

“O 8 de janeiro foi programado pela esquerda. Você tem imagens do pessoal quebrando lá dentro, mas não quando entrou a turma. O governo dizia que não tinha mais imagem, mas pouco tempo depois apareceram mais imagens”, afirmou.

O ex-presidente também rejeitou a narrativa de golpe, afirmando que os manifestantes não possuíam estrutura para tomar o poder.

“São pobres coitados. Com bíblia na mão, bandeira na mão, velhinhas. Foi um ato de vandalismo. Vai dar golpe em um prédio? Sem nada, sem presidente, sem arma? Você acha que vai preparar um golpe com 1.500 pessoas e isso não vaza?”, argumentou Bolsonaro.

Questionado sobre os áudios de militares divulgados pelo Fantástico, Bolsonaro admitiu que hipóteses de estado de defesa e estado de sítio foram debatidas, mas negou qualquer tentativa real de ruptura institucional.

“Nós tínhamos que nos preparar, em havendo um problema no Brasil, como vamos reagir. O estado de sítio começa com a convocação dos Conselhos da Defesa e da República. Houve convocação? Não. Houve tentativa? Não. O que houve foi estudo sobre hipóteses dentro das quatro linhas”, explicou.

O ex-presidente também disse viver sob a “iminência da prisão”, mas reafirmou que enfrentará o processo e mantém esperança de disputar eleições futuras, apesar da inelegibilidade.