O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida depõe à Polícia Federal nesta terça-feira (25) no inquérito que apura acusações de importunação sexual contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O caso, mantido sob sigilo no Supremo Tribunal Federal, resultou na demissão de Almeida do governo Lula em setembro de 2024.
Na última terça-feira (18), o ministro André Mendonça, relator do caso, prorrogou a investigação por mais 60 dias a pedido da PF, que ainda não concluiu o inquérito. Dependendo das apurações, Almeida pode ser indiciado.
Às vésperas do depoimento, o ex-ministro afirmou que Anielle Franco “se perdeu no personagem” e que ambos foram “enredados” em uma “armadilha de fofocas”. Em entrevista ao UOL, Almeida voltou a negar as denúncias e criticou a organização Me Too, que divulgou relatos sobre seu comportamento abusivo.
Anielle rebateu, classificando as declarações como “inaceitáveis” e acusando Almeida de usar as redes sociais para “desqualificar as denúncias” um dia antes de ser ouvido pela PF.
As acusações contra o ex-ministro surgiram em setembro de 2024, quando o Me Too Brasil afirmou ter acolhido mulheres que relataram assédio sexual por parte de Almeida. O escândalo levou à sua demissão pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na época, Almeida repudiou as acusações e as classificou como “mentiras” e “ilações absurdas”, sugerindo que eram parte de um movimento para prejudicá-lo.