Em editorial divulgado nesta sexta-feira (21), o Partido da Causa Operária (PCO) criticou a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, acusando-os de tentativa de golpe de Estado.
Segundo o partido de esquerda, “entre 2022 e 2024, não houve tanques nas ruas. Não houve a pressão direta de governos estrangeiros. Não houve o aliciamento de grupos armados para desestabilizar o regime. Não houve absolutamente nada que pudesse ser considerado, nem mesmo remotamente, um golpe de Estado”.
Ainda de acordo com o PCO, Paulo Gonet tomou “medidas repressivas absolutamente ilegais e inconstitucionais” ao denunciar 34 pessoas no inquérito elaborado a partir do relatório da Polícia Federal (PF), que aponta uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“A denúncia de Gonet traz uma série de elementos que, se incorporados definitivamente ao regime político, tornarão o Brasil uma ditadura ainda mais feroz do que se tornou após o golpe de 2016. Gonet estabelece, por exemplo, que uma liderança política criticar a atuação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ou o próprio sistema eleitoral brasileiro, é o mesmo que integrar um plano para a abolição do indevidamente chamado Estado Democrático de Direito”, diz trecho do editorial da legenda.
Ainda segundo o PCO, a atuação de Paulo Gonet não passa de uma “encenação arbitrária”, que, “para comprovar todas as suas ilações, basta a palavra de um delator [Mauro Cid, ez-ajudante de ordens de Bolsonaro]”.
“As 268 páginas de Gonet não conseguiram comprovar que houve tentativa de golpe de Estado algum. Mas conseguiram revelar uma realidade muito preocupante: as instituições democráticas, controladas pelo grande capital, preparam um grande golpe contra os direitos democráticos do povo brasileiro”, conclui o texto do partido.