Com rombo de quase R$ 4 bilhões nas contas de 2024, os Correios anunciam para os próximos dias um empréstimo de R$ 3,8 bilhões com o Banco dos BRICS, presidido por Dilma Rousseff. A comitiva do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento) já está no Brasil e ficará até o dia 25, período no qual fará a avaliação final para a liberação do crédito, segundo o advogado Fabiano Silva dos Santos, que preside a estatal.
À Folha, ele afirmou que a previsão é que o financiamento seja liberado em partes, ainda neste ano, e que os “recursos permitirão a construção de centros de operações modernos, automatizados e sustentáveis, a renovação da frota com veículos de baixa emissão de carbono e investimentos significativos em tecnologia”.
“Nosso objetivo é garantir que os Correios ofereçam serviços cada vez mais modernos, eficientes e sustentáveis para a população brasileira, alinhados com os desafios globais e as demandas ambientais”, diz Fabiano, sem mencionar que o empréstimo é garantido com recursos do Tesouro Nacional.
Ou seja, se a estatal não pagar, quem paga é você. Parece que tem mais caroço nesse angu.
No site oficial do NDB não há qualquer menção ao projeto dos Correios. Todo e qualquer projeto, mesmo antes de ser aprovado, é publicado formalmente — por incrível que pareça a governança do banco é rígida. Se não há nada lá, do que Fabiano está falando? Seria um empréstimo intermediado pelo BNDES, como o de R$ 8,5 bilhões que foi negociado ainda na gestão Bolsonaro e que só começou a ser liberado no início de 2024? Ou mais uma fake news de Fabiano, depois da história do preju da taxa das blusinhas?
Se o NDB tem bilhões para emprestar ao Brasil, por que esse dinheiro não vai para obras do PAC que Lula tanto quer? Por que não vai para a ponte do Amapá ou tantas outras pontes que caíram ou estão prestes a cair país afora? Nada para a saúde, a educação? Não tem nenhum banco nacional, estatal ou privado, interessado em bancar o projeto de modernização de Fabiano? Será por causa dos resultados financeiros de sua gestão?
Me parece que temos mais um tema para ser explorado pela CPI dos Correios.